Produção da maçã sofre com falta de incentivo
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A safra da maçã 2017/2018 em Palmas, sul do Paraná, fechou em pouco mais de 10 mil toneladas, com queda de aproximadamente 30%, em relação a safra passada. Conforme análise do engenheiro agrônomo do Departamento de Economia Rural(DERAL), Josemar Banach Fonseca, as condições climáticas adversas no período de desenvolvimento, no último trimestre do ano passado, provocaram diminuição do tamanho dos frutos.
Nesta safra, foram cultivados 370 hectares das variedades Eva(precoce), Fuji e Gala. Para a próxima, o órgão da Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Paraná(SEAB) projeta entre 30 a 35 mil quilos por hectare, caso não ocorra nenhuma adversidade climática. “ Eu penso que é necessário um choque na cultura da maçã. Está faltando incentivo do governo e novas iniciativas empresariais. É uma atividade importante para a economia do município, estado e país”. Lembrou que o município chegou a colher 28 mil toneladas do fruto nos anos 90.
Conforme o presidente da Cooperativa dos Campos de Palmas(Cocampal), Ivanir Dalanhol, a próxima safra terá redução de aproximadamente 20 hectares, por conta da necessidade de renovação dos pomares. Entretanto, há outros 21 hectares que em breve entrarão em escala de produção comercial.
MELHORES CONDIÇÕES
A Cooperativa, que agrega também produtores de batata, reivindica a redução dos custos de armazenagem e melhoria na qualidade do resfriamento junto a unidade frigorífica da Companhia de Desenvolvimento Agropecuário do Paraná(Codapar), instalada no município. A negociação ocorre há pelo menos quatro anos sem resposta satisfatória pelo governo do estado, que detém o controle da empresa de economia mista.
Recentemente a organização dos produtores apresentou levantamento demonstrando que a companhia estatal cobra taxas para armazenagem e demais serviços duas vezes mais caras que empresas privadas que atuam no mesmo segmento. O elevado custo e as condições adversas de mercado, tem desmotivado a implantação de novos e grandes pomares.
Alguns produtores alertam que se não houver uma contrapartida governamental e incentivos à atividade, a produção do município poderá ser totalmente extinta. Com isso, Palmas poderá perder o título de Capital Estadual da Maçã
O incremento na atividade trará benefício direto para toda a população com a continuidade da oferta de emprego, inclusive ao longo do ano. Atualmente para fugir das altas taxas de armazenagem, os produtores são pressionados à comercialização em momentos que os preços estão desfavoráveis, até mesmo a preços abaixo do custo de produção. Com menor custo de estocagem e melhores condições técnicas poderiam realizar a comercialização escalonada. Isso permitiria empregar trabalhadores para a classificação e embalagem para além dos atuais cinco meses do ano.