Amsop integra consórcio para atrair Embrapa

O sonho de várias lideranças do Sudoeste do Paraná em viabilizar a implantação de uma unidade da Embrapa na região deu mais um passo com a criação de um consórcio de entidades, instituições e movimentos sociais ligados a agricultura familiar quer pelo menos obter o conhecimento das pesquisas para projetos na região. Em paralelo mantém-se a proposta de atrair a empresa pública, mesmo sabendo que existem mais de 100 pedidos de unidades na mesa da diretoria e alguns inclusive para três estados que não possuem nenhuma Embrapa.

Essa foi a conclusão de um encontro realizado nesta sexta-feira (21) na Amsop quando da visita de pesquisadores representantes da Embrapa – Clima Temperado de Pelotas, Rio Grande do Sul, e lideranças do Sudoeste. João Carlos Costa Gomes e Apir Pereira conheceram a representatividade da agricultura familiar e os anseios para sua sobrevivência e manutenção no campo através da produção de alimentos sem agrotóxicos. Também tiveram a oportunidade de constatar a estrutura dos três campi da UTFPR (Dois Vizinhos, Pato Branco e Francisco Beltrão) e da formação e ocupação do território regional.

O consórcio

Com o consórcio formado pela Amsop, Embrapa, UTFPR, Seab, Agricultura Familiar e representante de instituições de ensino será trabalhado um modelo diferente de atuação da Embrapa na região. Com base no desenvolvimento de práticas sustentáveis e de soberania alimentar o consórcio de entidades e instituições vai trabalhar na busca por agregar projetos e iniciativas em que a Embrapa possa contribuir para o fortalecimento da agricultura familiar que representa algo em torno de 88% das propriedades da região.

Gomes reiterou sua compreensão sobre essa realidade agrícola e se comprometeu em relatar aos superiores a proposta defendida aqui. “Segunda – feira mesmo vou apresentar um relatório do que discutimos e propomos à direção da Embrapa e me comprometo em levar a idéia a diante. Temos trabalhos que já estão vinculados ao Paraná, como na fruticultura, batata e em fertilizantes que podem ser expandidos”, sugeriu, lembrando que a Embrapa não é a solução para os problemas da região, mas que se une para superá-los.

Recursos

O deputado federal Assis Miguel do Couto (PT) também participou das discussões e reforçou seu apoio a iniciativa salientando a necessidade de agir e da falta de recursos no governo federal. “Tivemos várias reuniões e discussões e entendo que agora a hora é de fazer a coisa sair do papel. No ano passado com copa do mundo e eleição a coisa praticamente não andou e este ano temos dificuldade de orçamento. Vamos lutar para tentar incluir no orçamento do ano que vem e para isso precisamos da força política dos senadores e deputados do Paraná”, explica o deputado.

O encontro contou com a participação de prefeitos, vice-prefeitos, vereadores, lideres sindicais, da agricultura familiar, chefes das Seabs e Emater, diretores dos campi da UTFPR de Francisco Beltrão, Pato Branco e Dois Vizinhos, ACEFB, técnicos ligados a entidades e instituições vinculados a agricultura regional.

Histórico

A proposta de atrair a Embrapa para o Sudoeste vem sendo discutida desde a década de 1970 quando o então prefeito de Pato Branco Milton Popija adquiriu uma área de 232 hectares para o projeto, onde hoje é o Iapar. A luta passou a ganhar força no final de 2013 quando os deputados federais Assis do Couto e Nelson Meurer colocaram a disposição uma emenda de bancada para as instalações.

Em 2014 a proposta da Embrapa foi amplamente debatida pela Amsop na Carta Sudoeste, e de lá para cá as discussões se acentuaram, mas esbarraram nos cortes de orçamento do governo. O caminho encontrado agora é organizar um consórcio de entidades e instituições para conseguir trazer tecnologias e pesquisas realizadas pela unidade da Embrapa Pelotas que possam ser empregadas na agricultura familiar.