Saiba como evitar que brincadeiras nas redes sociais tornem-se problemas
Cotidiano
Publicação do RBJ, baseada em matéria veiculada pelo jornal O Estado de São Paulo, ganhou ampla repercussão ao trazer um alerta sobre a coleta de dados pessoais de usuários do Facebook por meio de aplicativos que mudam a aparência e outras brincadeiras que, por vezes, viralizam na rede social.
+ Atenção! Teste do Facebook está coletando dados pessoais de usuários
O aplicativo da vez é o FaceApp, que mostra como seu rosto seria se fosse do sexo oposto. Ele pede que o usuário faça login com a conta do Facebook para transformar a foto do perfil. Através de uma série de códigos, são feitas mudanças no rosto, como corte de cabelo e traços, entre outros detalhes. Porém, o aplicativo coleta muitos outros dados além da foto do perfil: entre eles estão o e-mail, lista de amigos e outras fotos. Além disso, as informações sobre os sites de internet que você visita também são coletadas e analisadas pela empresa.
No Facebook, inúmeros usuários compartilharam e comentaram o alerta sobre a coleta de dados pessoais, no entanto, sem atentarem-se que a prática é muito mais comum do que se imagina e é utilizada por diversos aplicativos e serviços.
Para Eduardo Magrani, coordenador do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro (ITS-Rio), o problema é que os usuários brasileiros não têm o hábito de ler os termos de uso antes de autorizar a captação de seus dados. “Muitos acham que essas empresas coletam apenas os dados como e-mail, mas por trás disso eles têm acessos a muito mais informações que são vendidas ou compartilhadas para outras empresas”, diz.
Especialistas atentam que é preciso ler com atenção o que as próprias redes sociais, como Facebook, Twitter, Instagram, entre outras, definem como políticas de privacidade e termos de uso, para evitar incômodos futuros.
O próprio Facebook, por exemplo, estabelece que várias informações postadas pelos usuários passam a ser públicas. Sendo assim, o usuário posta fotos, vídeos e outras informações pessoais e concede ao Facebook uma licença não exclusiva, não remunerada, sub-licenciável e válida mundialmente sobre as informações postadas.
O coordenador do ITS-Rio aponta que “a dificuldade é que o Brasil não tem uma lei de proteção de dados e isso nos dá pouca segurança em relação a proteção da nossa própria privacidade na internet. Se tal legislação existisse, inibiria empresas com o único desejo de captar dados pessoais dos usuários”, mas salienta que mesmo estando fora do Brasil a empresa pode ser processada no País por oferecer serviços aos brasileiros.
Por isso, o mais prudente seria realmente ler as políticas de uso de dados, que devem estar visíveis e deixar claro quais acessos o aplicativo pleiteia, e decidir conscientemente se você concorda com ceder esse tipo de informação.
Sobre aplicativos e testes, o Facebook, através de nota, disse que existem regras para esses serviços serem usados na plataforma, entre elas normas sobre o uso de dados dos usuários.
“A privacidade das pessoas no Facebook é nossa prioridade. Qualquer aplicativo compatível com o Facebook precisa seguir nossas políticas da plataforma, que estabelecem uma série de regras para garantir que as pessoas tenham controle da experiência”, disse porta-voz da rede social.