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26 de junho de 2024
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Obras na Usina Baixo Iguaçu podem ser suspensas caso não haja entendimento com agricultores

Geral

por redação

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As obras de construção da Usina Hidrelétrica do Baixo Iguaçu, entre os municípios de Capanema e Capitão Leônidas Marques, poderão ser suspensas a partir desta sexta-feira (21). A informação foi prestada pelo diretor presidente da usina Baixo Iguaçu, Felipe Moreira.

[Grupo RBJ de Comunicação] Obras na Usina Baixo Iguaçu podem ser suspensas caso não haja entendimento com agricultores — Felipe Moreira - diretor presidente da usina Baixo Iguaçu. Foto: Edinei Lovato
Felipe Moreira - diretor presidente da usina Baixo Iguaçu. Foto: Edinei Lovato

Segundo ele, o motivo seria a mobilização iniciada na terça-feira (18) pelos agricultores atingidos com a construção da usina. Eles estão acampados em frente ao portão de acesso ao canteiro de obras e, desde então, o trabalho foi suspenso. Felipe procurou os prefeitos de Capanema, Lindamir Denardin, e de Capitão Leônidas Marques, Ivar Barea, e disse que se os agricultores insistirem em permanecer no local será iniciada a desmobilização de maquinários e da força de trabalho. Além disso, pode ocorrer a demissão em massa dos 2.850 colaboradores.

O diretor afirma que inúmeras propostas já foram apresentadas, a última em 11 de outubro, mas até agora nada foi aceito pelos agricultores que tem suas terras em áreas afetadas pela construção da hidrelétrica. Moreira garante que 48% da obra já foi executada, mas infelizmente a mobilização no local está inviabilizando a continuidade dos trabalhos.

Os colaboradores estão parados e o custo de manutenção é muito alto quando eles não trabalham. Ele espera que haja bom senso e que os agricultores deixem o canteiro de obras o mais breve possível. “Nosso escritório em Capanema est6á de portas abertas para discussão e a sequência da negociação, inclusive muitas famílias tem nos procurado para conversar sobre os valores ofertados, no entanto outras permanecem acampadas e isso acaba atrapalhando o andamento da obra”, disse.

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Ouça entrevista concedida por Felipe Moreira ao jornalista Edivaldo Motta – Rádio Hawaí AM

Mobilização dos agricultores

A reportagem da Rádio Onda Sul FM esteve no canteiro de obras, que fica na comunidade Marechal Lott – Capanema, na quarta-feira (19) e conversou com agricultores que estão acampados no local. São cerca de 250 que se mantém firmes no propósito de discutir valores justos pelas terras que serão alagadas.

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Segundo eles, a empresa apresentou uma proposta recentemente, mas novamente não atendeu as reivindicações que tem sido feitas. Além do valor indenizado, foi proposto um bônus de R$ 403 mil. O valor atrativo inicialmente, segundo os agricultores, vai literalmente por água abaixo quando a empresa apresenta o modelo para contemplar os atingidos.

De acordo com Ailton de Souza Padilha, que suas terras em capitão Leônidas Marques, das cerca de 300 famílias afetadas, apenas uma teria condições de se beneficiar com o bônus. Para ele, ao invés da empresa progredir nas negociações está voltando a estaca zero.

Agenor Henrique Mensor é de Planalto e é um dos que não tem direito ao bônus. A justificativa da empresa é que ele possui duas áreas de terra em seu nome, o que torna inviável. Diante dessa situação, os agricultores se mantém propensos a manter suas reivindicações. Além disso, cobram a intervenção do governo do Estado nas negociações. “Estamos abandonados e esperamos uma iniciativa do governo do Estado e do Ministério Público Federal, por até agora a única coisa que somos é criminalizados pela sociedade”, desabafou Ailton.

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Fotos: Evandro Artuzi/RBJ

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