Encontrados sete sítios arqueológicos em área de construção de PCH
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Um trabalho de pesquisa arqueológica detectou indícios da presença humana na região de Palmas e Coronel Domingos Soares há mais de 1,6 mil anos. O trabalho está em andamento na região do Rio Iratim, na área de construção da PCH (Pequena Central Hidrelétrica) Foz do Estrela, no município domingossoarense.
Em entrevista à Rádio Club de Palmas, o arqueólogo Jedson Francisco Cerezer, contou alguns detalhes da pesquisa que deverá seguir até a conclusão das obras.
Segundo ele, o levantamento arqueológico integra o processo de licenciamento ambiental do empreendimento energético e tem o intuito de preservar o patrimônio histórico da região.
Desde o inicio da construção da usina, uma equipe está atuando no local, em sete sítios arqueológicos, acompanhando as escavações e coletando materiais, dentre os quais destacam-se artigos que remetem há 370 d.C (depois de Cristo). “Algumas amostras de carvão foram encaminhadas para os Estados Unidos e tivemos duas: uma que remete há 860 anos antes do presente […] e outra que vai, mais ou menos, há 1650 anos”, revelou.
Explicou o arqueólogo que o primeiro registro, de 860 anos atrás, trata-se de grupos humanos que dominavam as técnicas em cerâmica, alimentando-se ainda de caça, mas já desenvolvendo também habilidades na agricultura, caracterando-se como indivíduos mais sedentários.
Já o segundo registro, há mais de 1600 anos, caracterizava grupos de caçadores, com grande mobilidade. “Entre os materiais coletados desses grupos pré-históricos nós temos ferramentas em pedra lascada, pedra polida e artigos em cerâmica”, relata.
Conforme Cerezer, todo o material coletado é encaminhado para análise em laboratório, onde são identificados todos os elementos das peças. Após esse trabalho, é elaborado um relatório técnico, disponível para consultas junto ao IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) e os artigos arqueológicos são encaminhados para entidades credenciadas, onde também estarão disponíveis para pesquisas.
Dentro ainda do trabalho arqueológico, estão previstas atividades em escolas e entidades da região, para divulgação e publicidade dos resultados das pesquisas.