A chegada da igreja em Chopinzinho
Reportagem Especial
Educação e Cultura
por redação
O sino bate. Aos poucos o sol vai tomando conta da cidade de Chopinzinho, as pessoas acordando e assim começa o amanhecer na pequena cidade do sudoeste do Paraná.
Sete horas, Dona Ana Pasqualeto, abre a igreja, para mais um dia de orações e trabalho, “abro a igreja, faço minha oração para se preparar para o dia de trabalho, e daí já vou pegando minha vassoura, pano, o que precisa fazer e eu já vou trabalhando”.
Uma rotina que se mantém há mais de 11 anos de dedicação aos cuidados, à limpeza da Igreja Matriz São Francisco de Assis.
“Aqui é a casa de Deus, precisamos manter em ordem, sempre limpa e esperando o povo que chega para rezar dentro da igreja”. Diz Dona Ana.
Igreja que completa no mês de maio 50 anos de história, lutas e construção.
Igreja que foi fundamental para o desenvolvimento e criação do município de Chopinzinho, onde exerceu grande influência no campo educacional, cultural e principalmente na evangelização de seu povo.
Mas essa história começa há muito tempo atrás. Tempos de combates militares e início da povoação na região.
Aos poucos a Colônia do Chopim ficava vazia, os militares deixam para trás casas, móveis, histórias, lembranças e uma pequena capela, utilizada para as celebrações e oração. Entre 1910 a 1912 o povoado se esvaziava com a retirada da tropa militar que defendia as terras do Brasil na época.
Segundo conta Frei José Idair, o Padre Frei Everaldo Allkemper descreve em 1933, no livro Tombo da Matriz, “Ele diz assim – Com a emancipação e a retirada dos militares da Colônia Militar, provavelmente em 1910 a 1912, a colônia foi se acabando cada vez mais, as casas como também a igreja virou em taperas. – O professor Evilasio diz que a capela virou estrebaria de carneiros”.
Sem padres para prosseguir com os cuidados e o trabalho de evangelização, a capela se tornou estrebaria para criação de carneiros. Em 1933 o Padre Frei Plácio Rohef, ordenou que a capela fosse derrubada. Começa então um novo período e o início de um projeto de evangelização que mudaria a história de Chopinzinho no decorrer dos anos. Com ajuda de Pedro e João Bordignon, José Del’Piva, Zacarias Camargo, Miguel Kuróglo e todos os irmãos Zuconelli, era erguida a nova capela na Colônia Militar do Chopim.
No ano de 1941, em sua visita pastoral a colônia, o Bispo da Diocese de Palmas, Dom Carlos Eduardo Sabóia Bandeira de Mello se reuniu na casa do senhor José Abdon Cespedes para tratar sobre a construção da futura casa paroquial desta comunidade. Na oportunidade o senhor Céspedes foi eleito presidente para comandar a diretoria que se encarregaria de arrecadar fundos para a construção da igreja. Com a ajuda do secretário eleito na reunião Zacarias Camargo, foi criado uma taxa onde cada morador contribuiria para construir a obra.
“Dom Carlos promete numa visita pastorar, instalar aqui uma paróquia e um padre, que de fato isso vai correr somente em 1948”. Conta Frei José Idair.
No livro Tombo da igreja o Frei Plácido diz, “Até o mês de janeiro 1947, esse distrito de Chopim, pertenceu a Paróquia de Pamas. Os padres vindos de Palmas faziam todas as viagens a cavalo visitando as poucas capelas e celebravam as missas quase só em casas particulares”.
Sete anos após o Bispo Dom Carlos ter prometido a criação de uma paróquia na comunidade, em 1948 sai o decreto criando e constituindo o distrito Paroquial de São Pedro Apóstolo do Chopim, dentro da Paróquia São Pedro Apóstolo de Pato Branco. Frei Everaldo Allkemper foi designado para cuidar da paróquia, se tornando o primeiro padre a residir oficialmente na comunidade.
“Essa vila Chopim, ela se torna por um decreto de Dom Carlos em 1948, não podendo torná-la paróquia ele resolve tornar um curato, que é quase uma paróquia. Mas este Curato estava ligado à paróquia de Pato Branco, a ponto que até 1948 os registros de batismos e de casamentos eram feitos na paróquia São Pedro Apóstolo. Então começa a construção da Matriz do curato, a qual só foi terminada em 1949”. Ressalta Frei José.
Em 1951 a prefeitura de Chopinzinho repassa alguns terrenos para a igreja, sendo um lote para casa paroquial, um lote reservado para a matriz, uma área reservada para a construção de um colégio de freiras, uma quadra especial para a construção do colégio de padres.
Em comemoração aos 60 anos de presença franciscana na região, o Bispo Dom Carlos Eduardo, entregou no dia primeiro de maio de 1963 a Paróquia aos cuidados dos Frades Franciscanos, onde a paróquia deixa de ser de direito diocesano e se torna uma paróquia de direito pontifício, onde a autoridade máxima é o Vaticano.