Grupo RBJ de Comunicação
Grupo RBJ de Comunicação,
03 de maio de 2024
Rádios

Transparência obscura em sites municipais do Paraná

Política

por redação

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O que muito se ouve em campanhas eleitorais, na maioria das vezes é o carro chefe dos candidatos é sobre a transparência dos gastos públicos, sempre enfatizando, que se eleito for o povo vai saber como seu dinheiro esta sendo gasto, sendo que de direito isso deveria acontecer sem nenhuma promessa, mas a realidade dos dias atuais são outras.

Uma auditoria feita  pelo Tribunal de Contas do Estado do Paraná, em parceria com seis universidades estaduais, mostra que os municípios precisam ser “bem” mais transparentes para atender de maneira eficaz as exigências da Lei de Acesso à Informação (Lei Federal 12.527/11). Essa é a principal conclusão de uma auditoria social realizada

O relatório do Projeto LAI Social foi apresentado em 18 de dezembro, na última sessão de 2014 do Pleno do TCE-PR. “Com essa iniciativa pedagógica, o Tribunal de Contas contribui para o controle e a melhoria da gestão pública, estimulando a participação ativa do cidadão”, afirma o presidente, conselheiro Artagão de Mattos Leão.  Ele destaca que o objetivo da iniciativa não é punir os gestores públicos, mas orientar e capacitar para a adoção das melhorias necessárias.

Sob a supervisão de técnicos do TCE e com orientação de observatórios sociais, alunos e professores das instituições de ensino avaliaram os portais de transparência de 69 munícipios com população acima de 10 mil habitantes, de todas as regiões do Paraná. A amostra, que representa 17% dos 399 municípios do Estado, reúne cidades de portes grande, médio e pequeno, nas microrregiões onde estão localizadas as universidades.

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Ranking

A auditoria conclui que apenas 10% dos municípios da amostra regulamentaram o atendimento à LAI. E somente três deles (Ponta Grossa, Assis Chateaubriand e Bandeirantes) atendem mais de 50% das exigências da lei. O ranking(reproduzido na tabela abaixo) foi elaborado com base na avaliação individualizada dos portais de transparência das 69 prefeituras selecionadas para a pesquisa.

Foram considerados três critérios: transparência ativa (divulgação das informações mínimas obrigatórias por lei), transparência passiva (a estrutura e os procedimentos internos adotados para atender às solicitações de acesso à informação) e requisitos do site (se o portal é capaz de fornecer a informação de forma eficaz, eficiente e transparente).

Os três critérios de análise foram desmembrados em 35 questões. A conclusão é que a maior deficiência está na transparência passiva, atendida por apenas 20% dos municípios pesquisados. A transparência ativa foi atendida por 32% das prefeituras. O indicador que melhor atendeu à LAI foi o de requisitos do site, com 40% do total.

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Capacitação

Além do ranking, a auditoria produziu uma avaliação individualizada da situação dos 69 municípios, com irregularidades encontradas e recomendações para solucioná-las, elaboradas com base no que determina a Lei 12.527/11. No relatório final, a equipe aponta “a importância da adoção de medidas corretivas e a necessidade de avanços na transparência das ações municipais”.

A auditoria recomenda ações para que isso ocorra. A primeira delas é a edição de um ato normativo, pelo TCE-PR, com as diretrizes e medidas que devem ser observadas por seus jurisdicionados para atender à LAI. Resoluções semelhantes já foram emitidas pelos Tribunais de Contas de Mato Grosso e de Goiás.

Na avaliação da auditoria, a Escola de Gestão Pública do TCE paranaense também deverá promover eventos de capacitação de servidores e gestores municipais e estaduais no atendimento à Lei de Acesso à Informação. A equipe recomendou a divulgação dos resultados da auditoria em eventos regionais e o envio de cópias do documento ao Tribunal de Contas da União (TCU), à Controladoria-Geral da União (CGU), à Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil (Atricon), aos observatórios sociais e às universidades participantes do levantamento.

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Auditoria social

A auditoria social foi realizada ao longo de 2014. A equipe do TCE-PR foi integrada pelos servidores Arnaldo Laporte Júnior, Cintia Rosa Ferreira e Ricardo Alpendre, com a colaboração de profissionais de diversas unidades da Casa.

Participaram do trabalho de coleta e avaliação de dados professores e alunos das universidades estaduais de Londrina (UEL), Maringá (UEM), Ponta Grossa (UEPG), do Oeste (Unioeste), do Centro-Oeste (Unicentro) e do Norte do Paraná (UENP). Para viabilizar a parceria, o Tribunal firmou termos de cooperação técnico-institucional com as seis universidades.

Desenvolvido em países da América Central, o conceito de auditoria social busca a formação de redes de fiscalização da administração pública reunindo os órgãos oficiais de controle e a sociedade, estimulando o controle social. O objetivo final é melhorar a qualidade dos serviços públicos oferecidos ao cidadão. No âmbito acadêmico, a auditoria é classificada como atividade de extensão universitária, resultando em projetos de pesquisa, artigos, debates e trabalhos de conclusão de curso.

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O projeto LAI Social é a segunda auditoria coordenada pelo TCE-PR e com a atuação das universidades paranaenses. A primeira – realizada no biênio 2011-2012, na gestão do conselheiro Fernando Guimarães – envolveu 130 municípios e verificou questões como transporte de estudantes, distribuição de medicamentos, destinação do lixo e construção de indicadores de gestão municipal.

O município de Chopinzinho não está entre os pesquisados, mas em consulta ao site http://www.chopinzinho.pr.gov.br/portal/ acompanhamos que as informações com os gastos públicos estão bem atualizadas e de fácil acesso a população.

RANKING DA TRANSPARÊNCIA

Situação dos 69 municípios pesquisados, conforme o grau de atendimento à LAI: Fonte: TCE-PR

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MUNICÍPIO PERCENTUAL
1. PONTA GROSSA 60,73%
2. ASSIS CHATEAUBRIAND 55,56%
3. BANDEIRANTES 50,72%
4. CAFELÂNDIA 49,70%
5. CASTRO 47,37%
6. MARECHAL CÂNDIDO RONDON 46,65%
7. GUARAPUAVA 45,29%
8. RIBEIRÃO CLARO 44,56%
9. TOLEDO 44,25%
10. TERRA ROXA 43,77%
11. MISSAL 43,66%
12. CANDÓI 43,28%
13. CORNÉLIO PROCÓPIO 43,07%
14. NOVA AURORA 42,92%
15. LONDRINA 42,88%
16. SANTA HELENA 41,54%
17. CAMBARÁ 41,54%
18. GUAÍRA 39,19%
19. PALOTINA 38,49%
20. SANTA MARIANA 38,04%
21. FRANCISCO BELTRÃO 36,98%
22. MARINGÁ 36,82%
23. ANDIRÁ 35,08%
24. JAGUARIAÍVA 35,04%
25. GUARANIAÇU 34,76%
26. SANTO ANTÔNIO DA PLATINA 34,73%
27. IBIPORÃ 33,50%
28. ARAPOTI 33,34%
29. ROLÂNDIA 32,38%
30. SENGÉS 31,67%
31. DOIS VIZINHOS 29,97%
32. PAIÇANDU 29,08%
33. ARAPONGAS 28,32%
34. PINHÃO 28,15%
35. CASCAVEL 28,02%
36. INÁCIO MARTINS 27,52%
37. TAPEJARA 27,49%
38. APUCARANA 26,91%
39. JANDAIA DO SUL 26,83%
40. SANTO ANTÔNIO DO SUDOESTE 26,24%
41. QUEDAS DO IGUAÇU 25,58%
42. CATANDUVAS 25,53%
43. TRÊS BARRAS DO PARANÁ 24,78%
44. MANDAGUARI 24,69%
45. RIO BONITO DO IGUAÇU 24,42%
46. CORBÉLIA 24,20%
47. CIANORTE 24,11%
48. MARIALVA 24,06%
49. TAMARANA 23,77%
50. CARAMBEÍ 23,77%
51. MARMELEIRO 23,19%
52. JACAREZINHO 22,92%
53. RIBEIRÃO DO PINHAL 22,58%
54. FOZ DO IGUAÇU 21,89%
55. NOVA LARANJEIRAS 21,64%
56. CÉU AZUL 21,29%
57. NOVA PRATA DO IGUAÇU 21,16%
58. CIDADE GAÚCHA 19,75%
59. CAPITÃO LEÔNIDAS MARQUES 19,65%
60. SARANDI 19,54%
61. CAMBÉ 17,34%
62. LARANJEIRAS DO SUL 17,17%
63. SÃO MIGUEL DO IGUAÇU 16,94%
64. MEDIANEIRA 15,81%
65. SANTA TEREZINHA DE ITAIPU 14,46%
66. CANTAGALO 14,45%
67. SALTO DO LONTRA 14,34%
68. SANTA TEREZA DO OESTE 13,38%
69. MATELÂNDIA 13,03%

 

 

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