Grupo RBJ de Comunicação
Grupo RBJ de Comunicação,
04 de maio de 2024
Rádios

Infidelidade na família: traumas e sofrimentos

Geral

por Juliana Raddi

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A psicóloga Dilma Schir, apresenta todas as quintas o quadro de orientação “Conhece-te a Ti Mesmo”. Sucesso na programação da Rádio Onda Sul FM, os temas abordados, são indicados pelos ouvintes. Desta vez, foi feito o esclarecimento quanto ao seguinte depoimento:

Meu pai e minha mãe tiveram três filhos. Meu pai sempre traiu minha mãe, era muito severo, sempre brigando, não fisicamente, mas tirava nosso dinheiro para dar a mulheres. Me casei aos 15 anos com meu primeiro namorado e estou casada há 15 anos. Meus pais se divorciaram faz alguns anos e me afastei deles, não me sinto à vontade para ter uma conversa com minha mãe, eu acho que a culpa também foi dela por ter ficado naquela situação. Quando crescemos ela se separou dele, mas porque não fez isso antes? Eu não entendo, queria uma orientação, sou muito nervosa, não termino nenhum trabalho que começo, parece que nada vai para frente. Não terminei os estudos, tenho vontade de voltar, mas sempre acho uma desculpa. Não sei porque sou assim…”

[Grupo RBJ de Comunicação] Infidelidade na família: traumas e sofrimentos — (Imagem: Ilustrativa)
(Imagem: Ilustrativa)

Dilma Schirr, inicia comentando que esse é o caso de muitas famílias. “Temos uma família que traz a problemática da infidelidade do pai e do gasto do financeiro com outras pessoas, além de um pai severo que agredia verbalmente. O pai tem um sofrimento e desvia os seus afetos para outros objetos sexuais e não a sua esposa. As crianças são violentadas verbalmente pelas expressões, pelo autoritarismo e severidade desse pai, porque o pai está infeliz, insatisfeito e não encontrou a si próprio, ele busca nas outras pessoas uma supercompensação para o seu próprio vazio, para os seus medos, suas inseguranças.”

A psicóloga destaca que, a mãe provavelmente foi educada para ser passiva nesta relação e por isso não tomou uma decisão. “Quem sabe ela não tinha reflexões suficientes para tomar uma decisão e ficar sem o marido. Ela não tinha marido, mas ao mesmo tempo ela tinha alguma segurança ao estar com ele e seria difícil abandoná-lo com três filhos, por isso ela tomou essa decisão mais tarde, depois que os filhos cresceram.”

“Com um pai severo os filhos ficam passivos, tímidos, amedrontados. O fato de a filha sair de casa aos 15 anos, normalmente representa uma fuga inconsciente, tentando construir uma realidade melhor. Ela tem essa problemática de não terminar por exemplo os estudos, isso se deve ao fato de que, quando ela devia estudar, ter amigos, celebrar a adolescência, ela assumir uma função e papéis que não lhe pertenciam”, salientou.

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[Grupo RBJ de Comunicação] Infidelidade na família: traumas e sofrimentos — (Imagem Ilustrativa)
(Imagem Ilustrativa)

Quanto a dificuldade da ouvinte em terminar algo que começa, Dilma explica. “O obstáculo que não termina é daquela criança que ficou paralisada, inconscientemente dentro dela. Então, ela possui dentro de si uma criança que chora, que é insegura, medrosa, é esse lado infantil interno que ela precisa refletir, procurando um tratamento para se libertar dessa paralisação. É como se ela ficasse estagnada em algum momento da vida dela, cresceu em alguns aspectos, mas não evoluiu em outros.”

Segundo a psicóloga, a filha deve repensar e compreender a atitude da mãe. “A mãe não teve culpa, o vício não era da mãe, ela entrou numa canoa furada, mas ela saiu, ela conseguiu, talvez a mãe não tinha condições financeiras, emocionais de se separar e foi prudente de esperar o tempo oportuno. Compreender e ser grata, ter amor pela mãe e perdoar o pai, são essenciais, porque se ela não perdoar e não ter gratidão por esses que a criaram, ela também não vai construir uma família boa para ela.”

Para finalizar a orientação, Dilma aconselha a ouvinte. “Primeiro ela precisa cortar esse cordão negativo que liga ela à sua família, assim ela rompe a negatividade e o universo traz coisas melhores para ela e para toda a família. Repensar e reinterpretar, isso não é um legado, ela precisa romper esse cordão negativo.”

Confira o áudio na íntegra:

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