Grupo RBJ de Comunicação
Grupo RBJ de Comunicação,
07 de maio de 2024
Rádios

Projetos eólicos de Palmas são discutidos em audiência pública na Câmara dos Deputados

Ponto principal das discussões foram os impedimentos que a legislação ambiental impõe para os novos projetos.

Economia

por Guilherme Zimermann

audiencia_camara
Foto: Reprodução/Câmara dos Deputados
Publicidade

O retorno do município de Palmas, Sul do Paraná, ao mapa de investimentos energéticos foi tema de uma audiência pública realizada na manhã desta quinta-feira (5), na Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados, em Brasília.

A reunião foi proposta pelo deputado federal Paulo Litro (PSD) e contou com a participação do presidente da Câmara de Vereadores, Marcos Gomes; do vice-prefeito, Bruno Goldoni; do Coordenador de Apoio à Gestão do Departamento de Planejamento e Outorgas de Geração do Ministério de Minas e Energia, André Perim; do Presidente do Instituto Chico Mendes da Conservação da Biodiversidade – ICMBio, Mauro de Oliveira Pires; da Presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica – ABEEólica, Elbia Gannoum; do representante do Grupo Gaboardi, Jackson Cenzi; e do representante da Associação dos Proprietários Atingidos, Martin Ribas.

Ao abrir a sessão, o deputado federal lembrou que o primeiro parque eólico do Sul do Brasil foi instalado em 1999 nos campos de Palmas, iniciado com cinco aerogeradores e com projeto para implantação de outros 200. Porém, o governo paranaense optou por não ampliar o projeto. No lado catarinense dos campos, os investimentos seguiram, com mais de 100 torres eólicas instaladas no território do município de Água Doce.

O presidente da Câmara de Vereadores, Marcos Gomes, citou o interesse de investidores em retomar os projetos eólicos no território de Palmas, porém, há entraves por conta da legislação ambiental que rege o Refúgio da Vida Silvestre dos Campos de Palmas, local onde é projetada a instalação de alguns aerogeradores.

Publicidade
Publicidade

O vice-prefeito, Bruno Goldoni, defendeu o aprofundamento do assunto, salientando a necessidade de desenvolvimento da região de Palmas, aliada à preservação ambiental.

Em sua exposição, o presidente do ICMBio, Mauro de Oliveira Pires, explicou que a função do Instituto é fazer a gestão de todas as unidades preservação ambiental federais, como é o caso do Refúgio da Vida Silvestre dos Campos de Palmas, que abrange também uma parte do território de General Carneiro, totalizando 16 mil hectares.

Ao fazer uma explanação sobre a unidade de conservação, Pires chamou atenção para a legislação que rege o Refúgio, que autoriza a continuidade das atividades agropecuárias dentro das áreas particulares integrantes do Refúgio, mas proíbe a supressão das espécies nativas do local, desde as áreas de florestas, como também dos campos.

O Coordenador de Apoio à Gestão do Departamento de Planejamento e Outorgas de Geração do Ministério de Minas e Energia, André Perim, fez uma exposição sobre o setor elétrico brasileiro, principalmente sobre a participação da energia eólica na matriz elétrica do país. Ele reforçou que o Ministério busca a diversificação das formas de geração de energia e que a expansão de parques eólicos está em linha com a pauta do governo federal no incentivo às formas renováveis de geração.

Publicidade
Publicidade

O representante jurídico do Grupo Gaboardi, Jackson Cenzi, apresentou detalhes sobre o projeto dos Parques Eólicos Serra da Esperança 1 e 2; Água Santa 1, 2 e 3 e Rota das Araucárias 1 e 2. Conforme ele, o processo para a implantação teve inicio em 2010, porém, sem grandes avanços.

Em 2014, já no andamento dos processos para licenciamento ambiental do projeto, foram aprovadas leis estaduais para a implantação, com a realização de audiência pública em 2015, onde foram levantados questionamentos sobre de qual órgão seria a responsabilidade para o licenciamento.

Após anos de processos burocráticos, aguardando-se a anuência do ICMBio relativa ao Refúgio da Vida Silvestre, os investidores receberam, em 2019, a resposta negativa do Instituto para a implantação dos parques, por conta dos impactos que a vegetação nativa poderia sofrer. Porém, Cenzi aponta que o projeto eólico impacta uma área que representa 5% de todo o Refúgio e que o entendimento do ICMBio poderia ser revisto.

A presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica, Elbia Gannoum, reforçou dados referentes à geração de energia por meio de fontes renováveis no Brasil. Sobre o Estado do Paraná, ela aponta que há um potencial para a produção de mais de 3,4 Gigawatts de energia através dos ventos, além de outras potencialidades que podem ser exploradas.

Publicidade
Publicidade

Representando os proprietários das áreas atingidas pelo Refúgio, Martin Ribas, pregou o bom senso dos órgãos ambientais para a equalização dos pensamentos diversos e que os proprietários, a comunidade palmense e o país sejam beneficiados com novos investimentos.

Ao final da audiência, o presidente do ICMBio afirmou que o órgão “tem todo o interesse em encontrar uma alternativa” para a questão, sugerindo que seja realizada uma análise in loco, através dos servidores do Instituto lotados na região, para apurar se os locais onde está projetada a instalação dos aerogeradores dentro do Refúgio sofrerão impactos em sua vegetação, como forma de se encontrar uma solução para o assunto.

Após a audiência, devem ser convocadas reuniões entre engenheiros responsáveis pelos projetos eólicos e técnicos do ICMBio e do Ministério de Minas e Energia para a discussão dos ajustes que podem ser feitos para o andamento dos projetos.

Publicidade