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Grupo RBJ de Comunicação,
30 de abril de 2024
Rádios

Produtor dos Campos de Palmas precisa de fomento para garantir vida longa ao ecossistema

AgriculturaMeio Ambiente

por Guilherme Zimermann

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[Grupo RBJ de Comunicação] Produtor dos Campos de Palmas precisa de fomento para garantir vida longa ao ecossistema — Foto: ICMBio
Foto: ICMBio

A expansão da agricultura, sobretudo da produção de soja e batatas na região dos Campos de Palmas, Sul do Paraná, representam avanços relevantes no setor econômico do município, que no último ano, segundo dados da Secretaria de Estado da Agricultura (Seab), gerou mais de R$ 317,3 milhões através do setor agropecuário. A soja foi responsável por 31% e a batata, 19%.

Entretanto, apesar do importante crescimento econômico, o avanço das lavouras coloca em risco o futuro do ecossistema dos Campos de Palmas, considerados os últimos remanescentes de pastagens naturais do Paraná e do Brasil, juntamente com os Pampas, no Rio Grande do Sul.

Em seu artigo “Campos de Palmas: um ecossistema ameaçado”, o agrônomo, mestre e doutor em Zootecnia e professor da UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná) de Pato Branco, André Brugnara Soares, chama atenção para o rápido desaparecimento dos campos nativos. Segundo ele, que contou com a participação da doutoranda em ciência animal, Angela Bernardon, no desenvolvimento do trabalho, nos últimos cinco anos, constatou-se uma redução acentuada na área de campos naturais no Sul do Paraná. Ouça entrevista concedida pelo pesquisador à Rádio Club de Palmas:

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Justifica o trabalho, como uma forma de apresentar sistemas de manejo e produção alternativos e que aumentam a renda do produtor, mantendo o ecossistema inalterado. “Quando essa transformação do ambiente ocorre de forma inconsciente, baseada somente num pensamento de curto prazo, ela só traz malefícios”, aponta, citando a atuação dos campos naturais na proteção de nascentes, na alimentação de aquíferos, além de ser o habitat de inúmeras espécies da fauna nativa da região.

Por outro lado, cita iniciativas de preservação, como o Refúgio da Vida Silvestre dos Campos de Palmas, criado em 2006 por meio de Lei Federal, mas salienta que não é o suficiente. “Nós precisamos de ações de fomento ao produtor, porque se ele ganhasse mais dinheiro com os campos nativos, ele iria pensar duas vezes antes de elimina-los”, afirma, mencionando exemplos de municípios gaúchos, em regiões que se assemelham a Palmas, e que investem no turismo rural e na bovinocultura de corte, como meio de renda e preservação dos campos naturais.

Porém, para que esse tipo de ação possa se desenvolver, Soares reforça a necessidade da atuação do Poder Público, por meio da prefeitura, Secretarias de Estado da Agricultura, do Meio Ambiente e da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, e mobilizações da área política, para que atividades do gênero possam sair do papel.

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