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Grupo RBJ de Comunicação,
03 de maio de 2024
Rádios

Produção madeireira cresce, mas perde espaço na movimentação financeira do setor agrícola da região

AgriculturaEconomia

por Guilherme Zimermann

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A produção florestal-comercial perdeu espaço nas finanças do setor agrícola da microrregião de Palmas entre 2015 e 2016, de acordo com o último relatório do VBP (Valor Bruto de Produção) divulgado pela Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Paraná. Em 2015, as atividades silvícolas responderam por mais de 12% de toda a geração financeira da agropecuária microrregional. Já no ano passado, a participação foi reduzida a pouco mais de 10%. Mesmo assim, em valores gerais, a silvicultura cresceu 0,99% no período.

Ao todo, a movimentação financeira em torno do setor agropecuário da microrregião de Palmas, composta pelos municípios de Clevelândia, Coronel Domingos Soares, Honório Serpa, Mangueirinha e Palmas, cresceu 20,3% entre 2015 e 2016.  Os cinco municípios geraram quase R$ 1,3 bilhão no último ano, através da agricultura, pecuária, silvicultura, extrativismo vegetal, fruticultura,  pesca, entre outras atividades do setor.

Em 2015, as cifras eram de R$ 1,071 bilhão. Naquele ano, o setor silvícola foi responsável por R$ 129,6 milhões – 12,10% – do total. Coronel Domingos Soares liderou com R$ 56 milhões, seguido por Palmas, com R$ 44,7 milhões. Na sequência ficou Mangueirinha, com R$ 15,7 milhões, e Clevelândia, com R$ 8,5 milhões. Honório Serpa movimentou R$ 4,4 milhões.

No ano seguinte, a produção madeireira dos cinco municípios gerou quase R$ 130,9 milhões. Coronel Domingos Soares cresceu 2,15% comparado a 2015, contabilizando R$ 57,2 milhões. Palmas teve a maior evolução – 2,45% – e fechou o ano com R$ 45,8 milhões. Em Mangueirinha, o crescimento do setor silvícola foi discreto, 0,03%, mantendo-se na casa dos R$ 15,7 milhões. Honório Serpa evoluiu pouco mais de 1% – R$ 4,5 milhões. Por sua vez, em Clevelândia o setor sofreu queda de 12,59%, totalizando R$ 7,4 milhões.

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A microrregião deverá passar por um mapeamento geral, com o levantamento das florestas, das áreas potenciais para o plantio e também dados da ocupação do solo na região. A proposta foi apresentada na última semana pelo Instituto de Florestas do Paraná, que formatará o projeto e o encaminhará às prefeituras dos municípios. O objetivo é planejar as ações do setor madeireiro à longo prazo, visando a sua sustentabilidade e a geração de renda na região.

Conforme dados da Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (ABIMCI),  indústria madeireira de Palmas precisará dispor, em 15 anos, de uma área 540 mil hectares de florestas cultivadas, com base no atual consumo de 36 mil hectares de árvores, a cada ano.

As fábricas do município dependem de 50% da matéria-prima que vem  de outras regiões, distantes até 200 quilômetros. Com a elevação do custo de produção, o setor enfrenta  diminuição da competitividade de seus produtos no mercado exterior. Segundo a ABIMCI, as empresas madeireiras processam, a cada mês, 47.500 m³ de árvores, o equivalente a 114 mil toneladas de toras, chegando a um volume anual de 1,3 milhão de toneladas.

Na microrregião, as florestas ocupam 44,6 mil hectares (ha) nos municípios de Palmas, com 16,4 mil ha;  Clevelândia, 3,9 mil ha; Mangueirinha, 4,3 mil ha; Honório Serpa, 1 mil ha e  Coronel Domingos Soares, com 18,8 mil ha.

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