Grupo RBJ de Comunicação
Grupo RBJ de Comunicação,
30 de abril de 2024
Rádios

Pequeno público ajudou Amaral a identificar torcedor racista

Esporte

por

Publicidade

O Clássico das Penas, entre Francisco Beltrão FC e Pato Branco EC, terminou empatado em 0 a 0, domingo, dia 19, no Estádio Anilado, pela sétima rodada da segunda divisão. Mas uma situação um pouco diferente chamou a atenção na arquibancada. Um torcedor, de Pato Branco, chamou o volante beltronense, Amaral, de “macaco” durante a partida e foi preso pela Polícia Militar.

Wellington de Souza Santos, 27 anos, o Amaral, diz que o pequeno público presente no estádio, pouco mais de 100 pessoas, facilitou na hora de identificar o torcedor racista. “Eu estava conduzindo a bola e ouvi um torcedor me chamar de macaco. Logo em seguida, na cobrança de falta, ouvi ele me ofender novamente. Olhei para a torcida e ele disse: ‘tá olhando o quê, macaco’. Aí consegui identificar, ele estava com um boné e uma camisa do Corinthians.”

Amaral, que não sofreu com racismo pela primeira vez em sua carreira profissional, disse que nem tinha intenção de denunciar o torcedor, mas um policial militar chegou até o jogador no fim do jogo e sugeriu a detenção por injúria racial. “Quando o policial veio me pedir se eu queria prestar queixa, vi que tinha outras testemunhas e resolvi levar adiante. Chegando na delegacia, procurei me manter afastado do torcedor para me proteger, mas ele dizia que eu queria me promover em cima dele. Na sua defesa, disse à polícia que me chamou de “caco”, não de “macaco”. Mas todo mundo viu e ouviu o que ele disse, então teve que dormir na prisão”, conta Amaral, que ficou bastante chateado com a situação. “Além de a gente viver uma situação complicada, com o time rebaixado para a terceira divisão, faltando salários para os atletas, ainda tem que ouvir um torcedor como esse falar besteira no estádio. Isso desanima, mas não é isso que vai me derrubar. Vou continuar a minha carreira em busca do meu sonho, que é jogar o Campeonato Brasileiro, pode até ser a Série D”, complementa o jogador, que é natural de São Paulo (SP) e começou a jogar na base da Portuguesa e depois teve passagem por Corinthians e Vasco da Gama. Como jogador profissional, atuou no Limoeiro (CE), Palmas (TO), Votorati (SP) e Portuguesa Londrinense (PR).

 

Publicidade
Publicidade

Promessas no Beltrão FC
Amaral aproveitou o contato com a imprensa para desabafar em relação à estrutura que os jogadores recebem no Beltrão FC. “Cheguei aqui em fevereiro, logo depois do Carnaval. Quem fez o contato comigo foi o Eli Baiano, que era o auxiliar técnico. Na conversa por telefone, foi me falado uma situação. Quando cheguei aqui, foi tudo diferente do prometido. A gente não sabia dessa situação financeira, da falta de credibilidade do presidente. Nosso time é bom, tem competência, mas como vai jogar sem motivação?”, pergunta o atleta, que tem uma ambição em sua carreira profissional: “preciso jogar um Brasileiro, tenho que começar pela Série D. Mas se não der certo, jogar a terceira divisão do Paranaense não é ruim, dá para encarar”, afirma.

Publicidade