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19 de maio de 2024
Rádios

Pe. Geraldo Macagnan completa 25 anos de sacerdócio

Religião

por Luiz Carlos

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[Grupo RBJ de Comunicação] Pe. Geraldo Macagnan completa 25 anos de sacerdócio — IMG_8550
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Nesta quarta-feira, 8 de fevereiro, o Pe. Geraldo Macagnan comemora 25 anos de vida sacerdotal. Pe. Geraldo é Pároco da Paróquia Santa Rita de Cássia, em Marmeleiro, e Vigário Geral da Diocese de Palmas-Francisco Beltrão.

Em entrevista à Revista Olhar, Pe. Geraldo falou de sua missão sacerdotal ao longo dos 25 anos.

ENTREVISTA

Fala-nos um pouco de tua família, tua infância e tua vocação à vida sacerdotal.

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Sou filho de Selvino e Libra Macagnan, residem em Cruzeiro do Iguaçu. Nasci em 25 de novembro de 1965, em Paineira do Iguaçu e somos em 8 irmãos, sendo que tenho 6 irmãs e o primogênito está na casa do Pai, pois nasceu antes de completar o tempo da gestação e viveu poucas horas.  Minha vocação provém, além do chamado de Deus, das orações de minha família. Meu pai, seguindo os passos do meu avô que era capelão, sempre atuou na Igreja também como capelão na Comunidade, e depois como MACs. A admiração, zelo e amor que meu pai e minha mãe tem pela Igreja (a comunidade), fez com que nascesse em mim o desejo de ir para o Seminário. Minha avó paterna, a quem devo muito, rezava incansavelmente pela minha vocação. Ela faleceu quando eu ainda cursava os estudos de teologia. Guardo até hoje o terço em que ela rezava pela minha vocação, e com o qual ela estava rezando no momento de sua morte. Mesmo diante de muita doença na vida familiar, no tempo em que estudava, com sacrifício e renúncia de todos os da minha família, nunca pediram para voltar, mas também nunca obrigaram a ser padre. Hoje eu sou padre, mas a caminhada vocacional, depende do trabalho e força de vontade deles e de muitos que ajudaram-me, meus tios, inclusive monetariamente. Sou muito grato a todos.

Em que seminário começaste a tua formação inicial e que lembranças poderias contar-nos daquele tempo, do Curso de Filosofia e de Teologia?

Entrei no Seminário Menor em Palmas, em Fevereiro de 1978, onde cursei o primeiro e segundo grau. A Filosofia também cursei em Palmas, FAFI (do início de 1985 ao final de 1987) e a Teologia em Florianópolis, no ITESC (do início de 1988 ao final 1991). Na Colômbia fiz um Curso de Formação (dimensão Humano-afetivo); em Porto Alegre – na PUC-RS – fiz uma Especialização em Direito Canônico, com habilitação em Nulidade Matrimonial; e mestrado em Filosofia Contemporânea, na UNIOESTE em Toledo. As lembranças são muitas: a formação, os amigos, mas o grande ensinamento que guardo, foi o testemunho de muitos professores e formadores e o apoio que recebi na caminhada vocacional.

Onde/quando aconteceu a tua ordenação sacerdotal, que lembranças te marcaram e continuam em tua memória. Diga-nos algo desta data.

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Me ordenei em Cruzeiro do Iguaçu, no dia 08 de fevereiro de 1992. O que está vivo em minha memória é a alegria da Comunidade e da minha família. O pároco na época, Mons. Eduardo, preparou com os seminaristas de forma vibrante a celebração. Fui ordenado por Dom Lúcio Baungartner (Arcebispo de Cascavel) pois Dom Agostinho Sartori, não estava bem de saúde. O lema da minha ordenação é o que me faz refletir muito no meu ministério: “Eu te chamei para o serviço da justiça e me enviei para ser luz às nações” (Is 42,6).

Como padre novo, qual foi o seu primeiro trabalho pastoral na Diocese e como te sentiste nos primeiros anos de sua vida sacerdotal?

Meu primeiro trabalho foi em Palmas no Seminário Menor São João Maria Vianney por 4 anos, juntamente com o Pe. Elio Albano. Me senti bem, mas com muitos desafios. Havia muita conversa com Dom Agostinho, homem que estava muito próximo da formação. A minha grande alegria deste trabalho é sentida hoje, pois vejo vários padres atuantes na Igreja Diocesana, que eram adolescentes e fomos buscar em suas casas para ir ao Seminário. Essa é a grande recompensa, para mim e por poder ajudar a Igreja.

Poderias dar conhecimento aos leitores da Revista Olhar a respeito dos lugares onde trabalhaste e por quanto tempo em cada lugar e seus desafios?

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São muitos: trabalhei como Diretor Espiritual em Palmas, no Seminário Menor (4 anos); Vigário Paroquial na Paróquia Nossa Senhora Aparecida, no Lagoão (1 ano); iniciei o Seminário Propedêutico Jesus de Nazaré, em Dois Vizinhos (1996) e vigário Paroquial Paróquia Santo Antônio de Pádua, em Dois Vizinhos (1 ano); Pároco em Enéas Marques, na época atendia Nova Esperança do Sudoeste (3 anos); Vigário Paroquial da Catedral do Senhor Bom Jesus, em Palmas (1 ano); Vigário Paroquial Concatedral Nossa Senhora da Glória em Francisco Beltrão (para organizar a criação da Paróquia Nossa Senhora Aparecida – Alvorada) (1 ano); Pároco em Renascença, nesta época Administrador Paroquial de Bom Sucesso do Sul e Reitor da Reitoria Dr. Antônio Paranhos (3 anos); Pároco Paróquia Imaculada Conceição, em Dois Vizinhos (4 anos); Pároco Concatedral Nossa Senhora da Gloria, em Francisco Beltrão (3 anos); Coordenador Diocesano da Ação Evangelizadora (4 anos); Administrador Diocesano (1 ano e 4 meses) e Reitor da Reitoria de Flor da Serra do Sul (3 anos); atualmente Pároco da Paróquia Santa Rita de Cássia e Vigário Geral. Atuo também como Juiz adjunto da Câmara Eclesiástica (Processos Matrimoniais) e Professor do Instituto Sapientia de Filosofia. Trabalhei como assessor na Pastoral da Juventude, Catequética, Vocacional e representante do Clero.

Quais foram as suas principais alegrias no exercício do ministério sacerdotal e houve uma pastoral na Diocese de Palmas/Fco. Beltrão que priorizaste?

São muitas alegrias. A que mais me fortalece é o trabalho pastoral com as pessoas e comunidades. É caminhando com os sofridos e sofredores que percebemos que o nosso não é o maior sofrimento. É estando com os que precisam de uma palavra de esperança e coragem que percebemos o quanto podemos ajudar. Menciono também a comunhão entre a Igreja. Não são projetos pessoais que a fazem caminhar, mas a graça do Espírito Santo, e nós somos colaboradores. Acredito que Deus quer os disponíveis e servidores, mesmo diante de suas fragilidades. Não somos “donos” da graça que Ele oferece.  Sinto-me mais atraído pela Catequese devido a caminhada que ela pode fazer. Afinal toda Pastoral deve ser catequizadora. Catequese não é transmitir conhecimento, catequese é partilha da experiência de fé, é levar o outro ao encontro com Cristo, e esta é a melhor forma de evangelizar, ou seja, é a evangelização.

Depois de ter vivido vinte e cinco anos de vida e serviço ministerial na Diocese, que mensagem podes dar aos leitores da Revista Olhar e aos futuros sacerdotes, aos seminaristas diocesanos?

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Cada um lê a vida a partir de seu ponto de vista e de seu estado. Portanto, para alguns, esta pergunta poderá não apresentar nada de novo. Mas acredito que, quando nos colocamos para serviço, o Senhor nos conduz, nos enche de graça e nos fortalece em nossas fraquezas.  Hoje vivemos uma inversão de valores com uma ideia de aproveitar a vida. Mesmo diante desta mentalidade, vale a pena ser padre com suas renúncias. Pois ser padre não é carregar a cruz dos outros e sim mostrar como pode ser mais leve o seu peso. Ser padre é caminhar junto, tonar-se humano, fazer a experiência de estar com aqueles que somente querem ser olhados, ouvidos e guiados. As vezes inventamos a expressão no rosto do outro com quem conversamos, que coincida com o nosso pensamento, a nossa vontade, isso não é Evangelizar.  Devemos caminhar junto e isso todos podemos fazer, é só colocarmo-nos como discípulos servidores.

Pe. Geraldo, o que representou o período que fora Administrador Diocesano?

Tarefa nada fácil, mas momento de aprender, tornar-se servidor e de fazer a experiência de João Batista: preparar. Missão que me fez aprender mais como deve-se cuidar, acompanhar e zelar, afinal a Igreja Diocesana e Paroquial precisa ser cuidada como a vinha do Senhor. O grande aprendizado foi a graça de participar de duas Assembleias da CNBB, com tantas experiências de bispos que amam a Igreja incansavelmente. Digo tarefa difícil, mas momento de graça e descobrir que cuidar do povo, da Igreja, não é só fazer suas vontades, mas a necessidade de dizer-lhes a verdade do Evangelho.

O que representa e o que espera de sua nova missão como Vigário Geral?

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Resisti à primeira indicação, mas em uma segunda conversa coloquei-me a serviço. Sei que existem outros padres que poderiam ocupar tal função. Espero colaborar, afinal, o Vigário Geral deve ser o primeiro colaborador do Bispo Diocesano. No servir, colaborar, não existem prêmios ou merecedores. Existem aqueles a quem é confiado uma tarefa e aqueles a que é confiada outra, mas todos com a mesma missão: servir e evangelizar. Se a mim foi pedido um pouco mais, devo ajudar mais a Igreja nesta função, os outros ajudarão com seu ministério na sua missão determinada. Afinal, todos trabalhamos para uma mesma causa: para que o Reino aconteça no meio de nós.

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