Grupo RBJ de Comunicação
Grupo RBJ de Comunicação,
02 de maio de 2024
Rádios

Papa Francisco questiona atual modelo de produção de alimentos

Religião

por redação

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Em mensagem enviada à Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) por ocasião do Dia Mundial da Alimentação, o Papa Francisco rechaçou o atual modelo mundial de produção de alimentos que, segundo ele, “com toda a sua ciência, consente que cerca de 800 milhões de pessoas passem fome”.

Abordando inicialmente a questão das mudanças climáticas, o Pontífice pediu que as decisões do Acordo de Paris “não fiquem somente nas palavras, mas se tornem em valentes decisões concretas”.

No contexto das manipulações genéticas, o Papa observou que “obter uma qualidade que dá excelentes resultados em laboratório pode ser vantajoso para alguns, mas pode ter efeitos desastrosos para outros”. Neste ponto, Francisco convida a dar a devida atenção à sabedoria dos produtores rurais. “Esta sabedoria que os agricultores, os pescadores, os pecuaristas conservam na memória das gerações, e que agora vêm como está sendo ridicularizada e esquecida por um modelo de produção que beneficia somente pequenos grupos e uma pequena porção da população mundial”, denunciou o Papa.

O Papa recordou ainda que as mudanças climáticas também contribuem para que “a mobilidade humana não pare”.

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“Os dados mais recentes revelam que são cada vez mais os migrantes climáticos, que engrossam as filas desta caravana dos últimos, dos excluídos, daqueles a quem é negado um papel na grande família humana. Um papel que não pode ser outorgado por um Estado ou por um status, mas que pertence a cada ser humano enquanto pessoa, com sua dignidade e seus direitos”, apontou.

 “Já não basta se impressionar e se comover diante de quem, em qualquer latitude, pede o pão de cada dia”, afirmou o Papa, ao condenar o desperdício de alimentos.

“É necessário decidir-se e atuar. Muitas vezes, também enquanto Igreja católica, recordamos que os níveis de produção mundial são suficientes para garantir a alimentação de todos, com a condição de que haja uma justa distribuição”, disse.

A mensagem do Papa termina com um apelo para uma mudança de rumo, à qual todos estamos chamados a cooperar:

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“Cada um em seus âmbitos de responsabilidade, mas todos com a mesma função de construtores de uma ordenação interna nos países e uma ordenação internacional, que permita que o desenvolvimento não seja somente uma prerrogativa de poucos, nem que os bens da criação sejam patrimônio dos poderosos”.

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