Palmas discute a pulverização de votos nas eleições

A perspectiva é de que com o término da Copa do Mundo, as atenções deverão se concentrar num fato social que envolverá toda a sociedade brasileira: as eleições gerais. Os partidos estão se organizando, muitos já definiram os seus candidatos. A próxima segunda-feira (30) é o prazo final para a realização das convenções partidárias. No âmbito local, no dia 05 de outubro, os palmenses irão às urnas para eleger os 54 deputados estaduais, 30 federais, 1 senador, o governador do Paraná e o presidente da República.

Nesse período, a previsão  é de que a “política” tome conta das rodas de conversa e divida  as opiniões dentre os mais de 28,7 mil eleitores e “analistas políticos” palmenses. Entretanto, uma questão que preocupa e prejudica o município é a falta da representatividade política em âmbito estadual e federal. “Precisamos de um deputado de e para  Palmas!” é a declaração mais comum que se ouve no período eleitoral. Todos concordam, mas na hora do voto, a escolha de um representante, toma outros rumos. Em números exatos, a escolha toma 148 rumos.

Em 2010, o número de eleitores em Palmas era de 27.336. Nas eleições daquele ano, 641 nomes disputaram uma cadeira na Assembleia Legislativa do Paraná. Desses, 148 candidatos arrecadaram aproximadamente 19,2 mil votos. Dos 54 deputados estaduais eleitos, 40 receberam pelo menos um voto em Palmas. Juntos os eleitos conseguiram mais de 4,7 mil votos. Ou seja, os palmenses depositaram mais de 14,4 mil votos em candidatos que não foram eleitos ou apenas assumiram a suplência do cargo.

Para o cargo de deputado federal, 337 agentes concorreram naquele ano. Os eleitores de Palmas distribuíram os seus votos entre 121 candidatos, totalizando 18.826.  Os 30 deputados eleitos tiveram votos no município. Entretanto, cerca de 9,9 mil votos foram para nomes que não alcançaram a tão sonhada e cobiçada vitória nas urnas.

Novamente, a ideia de uma representação palmense na Assembleia Legislativa e na Câmara dos Deputados vem à tona. Mas, será que Palmas está preparada para ter um deputado genuinamente palmense?

A questão está sendo debatida pelo Movimento Palmas Desenvolvida, organismo que reúne representantes de vários segmentos da sociedade local; poder público – Executivo e Legislativo e voluntários. Nesta semana, os números contabilizados nas últimas eleições foram discutidos pelos integrantes do Movimento, com o objetivo de elencar ações a fim conter a pulverização dos votos e o pouco comprometimento dos eleitos para com o município.

Na reunião foi definida a elaboração de uma carta de intenções do município, com reivindicações de diversos setores da sociedade palmense. O documento será apresentado à entidades e também presidências de partidos políticos em encontro agendado para o próximo dia 08 de julho.

Além disso, esse quadro político do município será tema de uma mesa redonda, que acontecerá amanhã (28), durante o programa Dinâmica 1050, a partir das 09h.