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Grupo RBJ de Comunicação,
03 de maio de 2024
Rádios

Operação Hammer-on tem desdobramentos em Renascença

GeralSegurança

por Evandro Artuzzi

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A Polícia Federal (PF) e a Receita Federal realizaram uma operação na manhã desta terça-feira (15) em cidades do Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo. O objetivo era o desmonte de um esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas que teria movimentado mais de R$ 5,7 bilhões. Ao todo foram expedidos pelo menos 150 mandados pela 13ª Vara federal de Curitiba.

Cerca de 300 policiais federais e 45 servidores da Receita participaram da ação.  Na ocasião, foram cumpridos mandados de busca e apreensão, prisão preventiva, condução coercitiva, e prisão temporária. Três donos de casas de câmbio foram presos na cidade de Foz do Iguaçu, na tríplice  fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina, estão entre os presos.

Ainda no Paraná, a PF cumpriu mandados cidades de Renascença, Almirante Tamandaré, Piraquara, São José dos Pinhais.  O alvo da ação é uma quadrilha composta por cinco núcleos que usavam contas bancárias de diversas empresas, na maioria fantasmas, para receber grandes valores de pessoas físicas e jurídicas interessadas em comprar mercadorias como drogas e cigarros vindos do exterior, especialmente do Paraguai.

As empresas controladas por essa organização criminosa movimentaram os mais de R$ 5 bilhões entre 2012 e 2016, ainda de acordo com a Polícia Federal.  O dinheiro ilegal era creditado nas contas e depois enviado para o exterior por um sistema internacional de compensação paralelo, sem registros oficiais, conhecido como “dólar-cabo”.

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Também era remetido por ordens de pagamento internacionais emitidas por instituições financeiras brasileiras (duas delas já liquidadas pelo Banco Central) com base em contratos de câmbio fraudulentos.  Segundo a PF, a operação, batizada de Hammer-on, é um desdobramento das operações Bemol e Sustenido, deflagradas em 2014 e 2015 pela PF e Receita Federal em Foz do Iguaçu.

O delegado Jackson Cerqueira Filho, da Polícia Federal em Foz do Iguaçu, explicou que a quadrilha indicava até contas de postos de combustíveis para os pagamentos ilegais.

A Polícia Federal informou que uma das formas de realizar estas transações financeiras ilegais era um sistema internacional de compensação paralelo, sem registro em órgãos oficiais. Os pagamentos e recebimentos também aconteciam por meio de ordens internacionais, emitidas por instituições financeiras no Brasil.

Segundo a polícia, estas ordens de pagamento eram baseadas em contratos fraudulentos de câmbio juntamente com empresas, algumas delas fantasmas.  Uma das companhias citadas durante as investigações e que participavam das fraudes de câmbio foi a Labogen, usada pelo doleiro Alberto Youssef para lavagem de dinheiro e que foi alvo de investigações na Operação Lava Jato.

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De acordo com a Polícia Federal, não eram apenas empresários que faziam parte do esquema. Traficantes de drogas e distribuidores de cigarros contrabandeados também utilizavam o sistema fraudulento.  A operação Hammer-on foi um desdobramento das operações Sustenido e Bemol, deflagradas pela Polícia Federal e pela Receita Federal de Foz do Iguaçu, em 2014 e 2015.

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