Motovelocidade: Palmense Rick Prim corre neste domingo no Moto 1000 GP de Cascavel

O palmense Ricardo Prim, conhecido na motovelocidade como “Rick Prim”, atual campeão paranaense de motovelocidade categoria 600cc Pro, estará no próximo domingo, dia 27 de agosto, na pista do Autódromo Zilmar Beux, em Cascavel, disputando o GP de Cascavel, 4ª etapa do Campeonato Brasileiro de Motovelocidade. A competição volta à pista mais veloz do Brasil depois de oito anos e será a primeira vez do piloto palmense nesta prova.

Cerca de 150 pilotos de 10 nacionalidade diferentes estão disputando 12 corridas em sete categorias. Rick é médico e divide seu tempo com o esporte ao qual se dedica desde criança. Nesta quinta-feira (24) ele concedeu entrevista ao programa Club nos Esportes da Rádio Club e falou um pouco sobre a carreira e a expectativa de competir entre os pilotos mais rápidos da América Latina no próximo final de semana. confira a transcrição abaixo:

Rádio: Boa tarde Rick, seja bem-vindo a programação do Club nos Esportes. Primeiramente, gostariamos que você fizesse uma apresentação breve, contando seu histórico na modalidade, pois sabemos que essa paixão vem de família. Nos conte como foi o início, quais suas maiores influências, até chegar à motovelocidade…

Rick: Boa tarde amigos da Rádio Club. É um grande privilégio falar com vocês direto do autódromo Zilmar Beux. Muito feliz por estar aqui representando Palmas e Coronel Domingos Soares no maior campeonato de Motovelocidade da América Latina. Eu comecei no esporte há muito tempo, influenciado pela minha família, com 3 anos e meio no motocross eu já fiz minha primeira corrida em Francisco Beltrão, fui evoluindo, subindo de categoria até chegar às disputas do campeonato Paranaense e Brasileiro, bem como algumas etapas do Arena Cross, sempre representando o nosso município com muito orgulho e carinho.

Porém, tive que fazer uma pausa, já que meu sonho sempre foi ser médico. No ano de 2011, eu estava em alto nível, tive até um convite para correr pela equipe circuit racing em 2012, mas eu parei com tudo para me dedicar à faculdade de medicina. Eu gosto de estar focado naquilo que eu faço, então eu acabei me afastando do esporte. Agora formado e já atuando, eu queria ter um hobby, algo que me tirasse do stress diário dos plantões e consultórios e, há pouco mais de um ano, comecei a andar na motovelocidade com o professor Marcio Bortolini (bicampeão brasileiro de motovelocidade). No ano passado participei do Campeonato Paranaense de Motovelocidade e da Copa Oeste de Motovelocidade onde eu já consegui o título de campeão paranaense na categoria 600cc Pro. Neste ano estou líder da categoria com 100% de aproveitamento depois de 3 etapas realizadas. Esse evento, que é o maior da América Latina, recebe pilotos que já fizeram pódio na europa, estará presente aqui o atual campeão do SuperBike Brasil, Felipe S. Gonçalves, que eu acompanhava pela tv e nessa prova estará alinhando com a gente. Além de Mauro Passarino, Kaká Fumaça, Pedro Valiente que já correram nos EUA, então, é incrível, estou muito feliz, animado representando o sudoeste inteiro, o estado do Paraná e minhas cidades queridas de Palmas, onde eu nasci e Coronel Domingos Soares onde eu trabalho no Centro de Saúde e recebo um grande apoio.

Rádio: Como você concilia o esporte, que é de alto rendimento e extremamente competitivo, com sua carreira profissional?

Rick: Obviamente que é um desafio muito grande porque eu faço plantões quase que diariamente e também tenho o meu consultório, então é uma rotina bem árdua. O tempo que eu tenho de descanso eu vou para a academia, o final de semana que seria de descanso, eu vou treinar, acaba se tornando duas profissões. É uma dedicação muito grande, por exemplo, eu estava com 80 quilos, agora estou com 67 quilos, isso em três meses, tenho acompanhamento de um nutricionista e personal para estar preparado para essa rotina. Eu tive um pequeno acidente 15 dias, antes da segunda e terceira etapa do paranaense, foi uma luxação acromioclavicular grau 2 para 3 e eu não podia correr, seria 6 semanas de tipoia, porém, eu comecei fazer um trabalho com a equipe de fisioterapia e consegui correr e ganhar, por isso eu sempre falo, a vontade de correr é muito maior que qualquer dor, claro que , dentro do seu limite.

Rádio: Você é o atual campeão paranaense de motovelocidade na categoria 600cc Pro, neste ano já foram 3 etapas realizadas, como está sua pontuação neste ano? Você vislumbra uma mudança de categoria ou deve permanecer disputando a 600 cc Pró?

Rick: Este ano já foram 3 etapas do campeonato Paranaense. A primeira etapa foi uma batalha incrível, se alguém quiser conferir tem o vídeo da prova no YouTube, eu acabei vencendo esta etapa que também era válida pelo Sulbrasileiro. Nas outras duas etapas foram rodadas duplas e eu também consegui a vitória. Sigo com 100% de aproveitamento no Paranaense 600cc Super Sport Pro.

Quanto a mudança de categoria posso te dizer que o meu tempo de 600cc é quase o tempo do pessoal que corre na 1000, então com certeza se eu pegar uma mil, eu vou evoluir bastante, porém, a gente tem uma curva de evolução dentro do esporte, faz um ano e meio, mais ou menos, que eu estou na motovelocidade, é um tempo muito curto, mas eu acredito que estou conseguindo evoluir bastante, justamente pela bagagem no motocross. Podemos observar grandes pilotos como Valentino Rossi, Marc Márquez, todos treinam no motocross porque passa uma grande bagagem, principalmente de deslizar com a moto, de frear lá dentro, fazer slide, tudo isso, pra quem só é da motovelocidade, é muito difícil. Mas a minha curva de evolução, com mais um ou dois anos de 600cc, será mais interessante.

Rádio: Domingo será realizado o Grande Prêmio de Cascavel de Moto GP 1000. Sabemos que você concorrerá neste evento que é um dos maiores da América Latina. Como está o coração, será inédito pra você ou já teve alguma corrida neste nível?

Rick: Na motovelocidade será a primeira vez que eu vou competir no campeonato nacional. Antigamente eu já tinha competido no brasileiro de motocross, no Arena Cross que também é alto nível, mas dentro da motovelocidade é a minha primeira vez.

A expectativa está incrível para poder largar com esses pilotos de ponta. Estou andando rápido aqui em Cascavel. Com certeza, será uma grande experiência e minha evolução será muito maior porque, neste caso, um vai puxando o outro, a gente faz muito acerto de telemetria (gráficos que coletam informações da moto) e do laptimer (dados de velocidade), por isto, com certeza a evolução é certa por estarmos com os melhores pilotos do Brasil e da América Latina. Espero conseguir um pódio e tentar brigar pela vitória. Lembrando que são todos pilotos profissionais, eles têm suas equipes, que só vivem do esporte, eu sou médido né! (risos), estou aqui como aquela pessoa que vai apimentar a festa e é isto que torna o esporte ainda mais incrível.

Rádio: Estar entre esses grandes pilotos da América Latina deve ser um motivo de realização. Você tem sonhos ainda maiores nesse esporte?

Rick: Com certeza. Quando entrei neste esporte há um ano, iniciei no track day, eu e o professor Paulinho Bueno, alías, um grande abraço para ele, participamos só para sair da rotina e relaxar e agora já estamos no campeonato Brasileiro, competindo e largando junto com grandes feras da motovelocidade. Isso tudo é um grande privilégio, é uma descarga de adrenalina estar competindo com esses caras.

Nosso plano para o ano que vem é nos organizar em uma equipe com os melhores pilotos do Paraná para disputar o campeonato Brasileiro completo, aliado ao paranaense também. Este é um esporte muito caro, só pra vocês terem uma ideia, nessa competição do GP de Cascavel nós vamos usar quatro jogos de pneus, cada jogo de pneu é três mil e duzentos reais, só de pneu, fora outros gastos. Então temos que criar nossa equipe com outros pilotos e outras parcerias para profissionalizar e fortalecer ainda mais o esporte e termos condições melhores para bem representar nossa equipe. Nessa etapa já recebemos uma parceria de uma empresa de óleo francesa a Motul e estamos buscando parcerias com as prefeituras também.

Rádio: Chegar onde você chegou, olhar para trás e ver sua trajetória, o profissional que se tornou, aliado ao desafio de ser um esportista de ponta, que sentimento você tem hoje com relação a tudo que já conquistou, especialmente às pessoas que mais te apoiaram em seu caminho?

Rick: É um sentimento de realização porque são duas conquistas incríveis. O meu sonho era ser piloto de motocross e competir nos principais eventos da modalidade. mas também sempre tive o sonho de ser médico, então eu larguei tudo, fiz a minha faculdade, me formei, estou exercendo e cuidando com muito carinho a nossa população de Palmas, Coronel Domingos Soares, Clevelândia, enfim, toda nossa região. É uma grande felicidade quando estou em meu trabalho e ao mesmo tempo, entrar no esporte, conseguir resultados legais e ver minha equipe de trabalho me acolhendo e torcendo, porque alguém de nossa cidade está lá nos representando na Série A do Brasileiro e Paranaense de Motovelocidade, levando com muito orgulho a nossa bandeira, isso nos faz criar um amor ainda maior com todo esse enredo. Tudo isso faz a gente vibrar e se emocionar em cada entrada, em cada conquista.

Rádio: Agradecemos o bate-papo e esperamos você ao vivo aqui em nossos estúdios. Por fim, gostaria que você fizesse um convite final para a nossa audiência acompanhá-lo nesse final de semana e torcer junto por mais um palmense se destacando no esporte…

Rick: Foi um grande privilégio estar conversando com vocês, com nossa cidade, é um grande prazer e orgulho estar representando nosso município no maior Moto GP da América Latina. Em breve estarei aí com vocês no estúdio. Convido a todos para quem tiver o desejo de vir aqui no autódromo  acompanhar a prova ao vivo neste fim de semana para que me chamem no direct que eu tenho ainda alguns convites oferecidos pela Motul. Mas se de repente você não puder vir, acompanhe a corrida pelo YouTube no canal da Moto 1000 GP ou na Band Sports. No sábado tem a Sprint Race que é a corrida rápida de 10 voltas e no domingo a Full Race com as 16 voltas. Valeu galera, um grande abraço. Quero agradecer aos meus apoiadores: Sérgio Motos, Luciano Motos, Clínica Dr Ricardo Prim – Medicina e Estética e Oléo Motul.