Hemepar é contrário a reativação do Banco de Sangue em Palmas
Município não atinge parâmetros para a unidade fixa. Hemepar defende transporte de doadores ao Hemonúcleo
Saúde
O Centro de Hematologia e Hemoterapia (Hemepar) manifestou-se contrário a re/instalação de uma unidade de coleta de sangue em Palmas, o chamado popularmente de Banco de Sangue. O posicionamento leva em conta normativas e parâmetros para dimensionamento das necessidades da rede de serviços de hematologia e hemoterapia.
A manifestação ocorre em resposta ao ofício enviado pelo Poder Legislativo de Palmas, através dos vereadores Paulo Banack e José Maria de Araújo Perpétuo Filho, que pleiteavam a retomada do serviço desativado em 2009, depois de longo período de funcionamento, inclusive, custeado com recursos da municipalidade.
Conforme a Diretora Geral do Hemepar, Liana Andrade Labres, mesmo que a unidade estendesse os serviços a municípios próximos (Palmas, Coronel Domingos Soares, Clevelândia) não alcançaria a pontuação mínima para ter uma unidade fixa, ficando assegurado, entretanto, o serviço de coleta externa e a Agência Transfusional em funcionamento no Instituto Santa Pelizzari.
No aspecto de quantidade, para viabilizar investimentos, deveria ocorrer a coleta de pelo menos quatrocentas bolsas de sangue mensalmente.
Estimando a população de Palmas (2021), 52.503 habitantes e verificando a idade de possível doador (18 a 69 anos), são 23.369 potenciais doadores. Ao aplicar o Índice Brasileiro de Doadores (2,8%), estima-se para o município de Palmas 654 doadores. Se todos doarem, duas vezes ao ano, seriam 1.308. Como o ano tem em média 264 dias úteis, efetivaria o comparecimento de cinco doadores ao dia, ou seja, 110 doadores/mês.
Agregando ao universo os dois municípios vizinhos (Clevelândia e Cel. Domingos Soares), seriam outros 15.881 potenciais pessoas na faixa etária (18 anos a 60 anos), que somando-se aos resultados de Palmas, projeta-se 1.099 doadores . Se todos doarem duas vezes ao ano, alcançaria o quantitativo de 176 doadores ao mês, o que continua inviabilizando um serviço fixo, conforme parâmetros do Sistema Único de Saúde.
O Hemepar defende serviço de transporte dos doadores até o Hemonúcleo, em Pato Branco, pois a logística de equipamentos para a coleta externa é bem mais complexa, além da necessidade de duas equipes técnica. Por sua vez, o transporte de candidatos à doação é uma prática usual e simples.
“ Encaminho ao Hemonúcleo de Pato Branco, para a viabilização de transporte de doadores, assim evitando custos aos doadores de sangue”, destaca a Diretora Geral do Hemepar.