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03 de maio de 2024
Rádios

Há 48 anos, a Diocese de Palmas/Francisco Beltrão se despedia de seu primeiro Bispo

Religião

por Guilherme Zimermann

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[Grupo RBJ de Comunicação] Há 48 anos, a Diocese de Palmas/Francisco Beltrão se despedia de seu primeiro Bispo — 4
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Há 48 anos, a Diocese de Palmas/Francisco Beltrão se despedia de seu primeiro Bispo. Às 00h30 do dia 07 de fevereiro de 1969, Dom Carlos Eduardo de Saboia Bandeira de Mello se despedia da vida terrena, após uma parada cardíaca, decorrida de problemas de saúde enfrentados pelo Bispo diocesano já há muitos anos.

Nascido em 1º de julho de 1902, em Petrópolis, no Estado do Rio de Janeiro, Eduardo Saboia Bandeira de Mello, de tradicional família fluminense, era filho do desembargador Dr. João Pedro de Sabóia Bandeira de Mello e Carolina Pinheiro Bandeira de Mello. Caçula de nove irmãos, aos quatro anos de idade perde o pai, tendo, então, no irmão mais velho, Carlos, a figura paterna. Criado em um ambiente de profunda religiosidade, com a visita frequente de sacerdotes e figuras da Igreja  petropolitana, aos 9 anos de idade, o menino Eduardo deixava a casa da família, com rumo a Blumenau, em Santa Catarina, para ingressar no Seminário Seráfico dos Franciscanos. Após seis anos de estudo, em 1918, Eduardo entrava para o Noviciado, em Rodeio, na região do Vale do Itajaí.

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[Grupo RBJ de Comunicação] Há 48 anos, a Diocese de Palmas/Francisco Beltrão se despedia de seu primeiro Bispo — Foto:Arquivo da Cúria Diocesana
Foto:Arquivo da Cúria Diocesana

No dia 16 de janeiro de 1920, faz sua Primeira Profissão Religiosa e, em consideração ao irmão, adota Carlos por nome religioso, passando a ser chamado oficialmente, Frei Carlos Eduardo. Entre 1920 e 1922, cursou Filosofia em Curitiba e mais um ano de Teologia, quando retorna a Petrópolis para dar continuidade a seus estudos. Ao encerrar o terceiro ano de Teologia, por ainda não ter alcançado idade para receber a ordenação, lhe é concedida uma dispensa de 18 meses, sendo ordenado sacerdote no dia 04 de janeiro de 1925, aos 22 anos.

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Um mês depois, Frei Carlos Eduardo inicia sua carreira no magistério, no Seminário Seráfico de Rio Negro, na região metropolitana de Curitiba. Dentre as disciplinas, lecionou Latim, Grego, Alemão, Português, História do Brasil e História Universal, sendo lembrado por seus alunos e colegas pela sua personalidade, humanidade, simpatia, afeição e respeito com que tratava a todos.

[Grupo RBJ de Comunicação] Há 48 anos, a Diocese de Palmas/Francisco Beltrão se despedia de seu primeiro Bispo — Foto:Arquivo da Cúria Diocesana
Foto:Arquivo da Cúria Diocesana

Em meados de 1936, com a criação da Prelazia de Palmas, Frei Carlos Eduardo recebe a notícia de que a Nunciatura Apostólica do Brasil havia indicado o seu nome para assumir a administração da nova estrutura da Igreja na região. Humildemente, não se considera preparado para tal tarefa, tanto que envia correspondência ao Núncio Apostólico, pedindo para que a sua indicação seja reconsiderada. Em 1º de agosto, o Papa Pio XI nomeava Frei Carlos Eduardo é como administrador Apostólico da Prelazia de Palmas.  Porém, a comunicação oficial ocorreria apenas no dia 15 de setembro daquele ano.

Cercada de expectativa, a chegada de Monsenhor Frei Carlos Eduardo ocorreu no dia 12 de dezembro de 1936, quando, às 17h, tomou, oficialmente, posse da Prelazia de Palmas, em ato acompanhado por autoridades da Igreja, da região e comunidade em geral. Numa área de 35,5 mil Km² e uma população estimada em 95,4 mil habitantes, o Prelado iniciou seus trabalhos percorrendo o sertão paraná-catarinense.

Dentre suas conquistas e realizações estão a constituição da Diocese de Palmas, a instalação da unidade do Exército no município, o incentivo à educação através da instalação do colégio diocesano e do ginásio estadual, o Seminário São João Maria Vianney, a construção do Santuário de Nossa Senhora de Fátima, a fundação do Centro Pastoral, Educacional e Assistencial (CPEA) e da Faculdade de Palmas, realização que Dom Carlos não pode presenciar em vida, uma vez que instalação oficial da instituição de ensino superior ocorreu em 22 de fevereiro de 1969.

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O corpo de Dom Carlos foi sepultado no jardim do Santuário de Nossa Senhora de Fátima, no dia seguinte ao seu falecimento, sendo os seus restos mortais transladados para a cripta na Catedral do Senhor Bom Jesus da Coluna em 1983.

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