Grupo RBJ de Comunicação
Grupo RBJ de Comunicação,
15 de maio de 2024
Rádios

Gente boa – parte final

Cotidiano

por Roni Chittoni

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‘Gente boa’ é desafio sério: nossa produtividade e eficácia não é das melhores e a crise está mostrando os efeitos ampliados desta insuficiência. Este desafio ultrapassa o ciclo de vida da crise – precisamos formar ‘gente boa’ em quantidade e não é difícil pensar nas consequências do fracasso deste compromisso. As perguntas que apresentei na primeira parte ajudam a encontrar nosso ‘ponto focal’, levantando questões em torno de um fundamento: encontrar, manter e formar ‘gente boa’. Não são questões banais: poucas empresas podem afirmar que tem ‘gente boa’ suficiente.

Me acompanhe – a ideia é sutil: faz algum tempo que sabemos que a realização plena do potencial do indivíduo, caminho incontestável para a felicidade, depende de dois processos: o primeiro é a diferenciação, que é a consciência que o indivíduo tem de ser único, diferente dos demais, e o segundo é a integração, onde se percebe o fato que, levando em conta nossas diferenças, estamos envolvidos em relacionamentos com outras pessoas em variados graus e significados. Somente uma pessoa plenamente diferenciada e integrada alcança uma individualidade complexa, tornando-se alguém com melhores possibilidades de ter uma existência feliz e vital. Sabemos também que existe correlação profunda, positiva, entre esta condição de existência e a capacidade de ‘ser e fazer’, ou seja, a produtividade e eficácia – foi acreditando nesta ideia que um empreendedor montou uma empresa multibilionária (pesquise Tony Hsieh na internet).

Chegamos ao ponto: ‘gente boa’, gente produtiva e eficaz, é gente que conseguiu alcançar tal condição que lhe permite valorizar suas diferenças e, ao mesmo tempo, integrar-se em relacionamentos significativos. ‘Gente boa’, portanto, não existe por acaso, fruto da genética especial – ‘gente boa’ é o sujeito que desenvolve suas diferenças individuais e suas capacidades, enquanto estabelece bons relacionamentos com outras pessoas. Então, voltemos às perguntas, reformuladas:

  1. Qual a qualidade dos relacionamentos que seus funcionários têm uns com os outros? A cordialidade, a confiança e a lealdade são exclusivamente formais ou estão abaixo do limite necessário ou, ainda, são genuínos, espontâneos e ‘vivos’? Como as pessoas se tratam quando estão longe do ‘olhar do gerente? O que você, empresário ou gestor, pode fazer para que os funcionários tenham relacionamentos significativos no trabalho? Quando pode começar?
  2. Como cada cargo, desde o mais operacional até a posição mais ‘executiva’, lida com as ‘diferenças individuais’ de cada funcionário que o exerce? Quanto ‘espaço’ a empresa abre para essas diferenças? O que você, que é empresário ou gestor, pode fazer para integrar o potencial das  ‘diferenças individuais’ de cada funcionário no desempenho da empresa? Quando pode começar?
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Nos acostumamos a pensar que ‘gente boa’ nasce pronta e se nos empenharmos bastante, com algum método sofisticado, vamos encontrá-las e contratá-las mas isto está longe de ser verdade satisfeita em si mesma. ‘Coisas’ nascem prontas: cadeiras, mesas e martelos saem prontos da fábrica. ‘Gente boa’ não: gente vai se formando no decurso da existência.

Precisamos de gente boa, isso é certo – mais ainda, precisamos, sem exceção, nos comprometer em ajudar  ‘gente boa’ a se formar.

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