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22 de junho de 2024
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Encontro da Pastoral Indígena e Indigenista do Paraná, em Guarapuava

O bispo da Diocese de Palmas - Fco. Beltrão, referencial da Pastoral Indígena, esteve presente.

GeralReligião

por Luiz Carlos

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Comunidades indígenas de todo o Estado do Paraná estiveram representadas no Encontro Cultural da Pastoral Indígena e Indigenista do Regional Sul 2 da CNBB. O evento, realizado na Casa de Encontros e Eventos São João Diego, em Guarapuava (PR), ocorreu entre os dias 10 e 12 de fevereiro de 2023. Participaram cerca de 150 pessoas.

O bispo da diocese de Palmas – Francisco Beltrão, e também referencial da Pastoral Indígena e Indigenista no Estado, dom Edgar Xavier Ertl, esteve presente no encontro, assim como o coordenador, diácono Cirço Aparecido Nabor, de Londrina (PR).

Nos três dias do evento, indígenas das etnias Kaigang e Guarani tiveram a oportunidade de apresentar um pouco de suas culturas, como as comidas típicas, artesanatos, músicas e principalmente as danças. Também houveram trabalhos de conscientização sobre os direitos e deveres dos povos indígenas. A acreana Kixirá Jamandi, da etnia Jamandi, palestrou sobre o assunto e ofereceu aos participantes palavras de ânimo e incentivo.

Preconceito, depressão e suicídio

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Uma questão que vem chamado a atenção das aldeias, autoridades públicas de saúde e famílias é o aumento dos casos de depressão e suicídio entre os jovens indígenas. Segundo o Ministério da Saúde, o número de pessoas que tiraram a própria vida entre os povos originários era cerca de três vezes maior do que média do país em 2018, apresentando leve melhora ao longo dos anos. As principais causas são a falta de noção de identidade, alcoolismo/drogadição, preconceito e falta de perspectivas para o futuro.

Segundo o professor Donizete Gomes da Silva, participante do encontro que trabalha com jovens indígenas da etnia Guarani em Diamante do Oeste (PR), os casos de suicídio na região “foram muitos, cerca de 80, e em um período de ano curto, um ano e meio”.

500 anos sem perder a cultura

Ananias Veríssimo é o cacique da Aldeia Rio da Lebre, localizada na terra indígena Rio das Cobras, município de Nova Laranjeiras (PR). Para ele, a cultura guarani é muito forte em relação à religiosidade do povo. Mesmo após 500 anos de contato com os europeus, o idioma, a cultura e o jeito de ser dos indígenas ainda permanecem:

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Ananias Veríssimo, cacique da Aldeia Rio da Lebre, município de Nova Laranjeiras (PR).

Nosso povo é um dos primeiros a ter contato com o povo europeu, na época da colonização. Isso mostra que o povo guarani mantém a tradição, independente de ter contato com outra civilização ou não. […] Estamos sempre nos renovando, pois com o passar do tempo (de colonização) houve muitos conflitos. Muitos povos perderam suas línguas, suas tradições, suas terras. O povo guarani luta, não descansa e sempre está reivindicando, junto aos governos, seus direitos. […] A permanência da nossa língua e da nossa cultura é através da nossa religiosidade. Temos a nossa casa de reza que o povo mantém até hoje, apesar de muitas interferências”, disse o cacique.

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