Em defesa das mulheres NUMAPE já fez mais de 12 mil atendimentos

Criando em 2013, o Núcleo Maria da Penha (NUMAPE) apoio jurídico e educativo para mulheres, já realizou mais de 12 mil atendimentos em Francisco Beltrão, desde a criação. Os atendimentos são gratuitos e o trabalho é realizado na Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste). Os trabalhos neste mês são intensificados, principalmente pela comemoração dos 11 anos da Lei Nº 11.340, conhecida como Lei Maria da Penha.

“O NUMAPE existe desde 2013, quando uma mulher foi assassinada no centro de Francisco Beltrão, pelo ex-companheiro. A atual coordenadora do projeto, Maria dos Santos Marques deu início a esse trabalho, porque a comunidade se perguntava, o que a mulher tinha feito para ser morta? A sociedade acaba nos dias de hoje culpando essa mulher pelas formas de violência que ela sofre. Então o NUMAPE existe a partir desse momento, atendemos as mulheres de forma jurídica e educativa”. Comenta a integrante do grupo, a pedagoga Perla Cristóvão.

Em 2017, o grupo atendeu mais de 3 mil mulheres. Boa parte do atendimento, segundo a Advogada Jessica Barancelli, “surge muitas vezes em decorrência das palestras. Depois da nossa fala, somos bastante procurados para tirar dúvidas. É nesse momento que surgem os casos de violência”.

O grupo presta atendimento gratuito. O horário de atendimento é de segunda a sexta-feira das 09 às 11h30 e das 13h30 até 17 horas, na Unioeste, Campus de Francisco Beltrão. Além disso, tem parceria com a Delegacia da Mulher e Ministério Público.

“Hoje o maior problema que as pessoas têm é dificuldade de acesso ao conhecimento. Boa parte das nossas assistidas saem de uma situação de violência depois de 10, 15 anos porque não conhecem quais são as formas de violência”, destaca Jessica.

Para Perla, “as mulheres estão conhecendo mais os seus direitos. Elas sabem o que passa dentro do casamento pode ser violência doméstica, e sabem que existe uma lei para protegem, e tem o NUMAPE para ir junto, acompanhar a vítima do início ao fim do processo”.