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29 de junho de 2024
Rádios
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Drogas: testemunhos de uma triste realidade

"Espero que as outras mães não passem pelo que passei", relatou correspondente da Rádio Club sobre perda de um filho.

Geral

por Guilherme Zimermann

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Imagem: CNBB
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Enquanto ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) discutem a descriminalização do porte de maconha para uso pessoal, a Polícia deflagra operação contra o tráfico de drogas em Palmas, a Igreja se manifesta contra liberações para o uso de entorpecentes e famílias choram perdas causadas pelas drogas. O tema marcou o programa Pauta Dinâmica da Rádio Club nesta quarta-feira, 26 de junho, Dia Internacional contra o Abuso e Tráfico Ilícito de Drogas.

Em 1987, a Organização das Nações Unidas (ONU) estabeleceu o 26 de junho como o Dia Internacional contra o Abuso e Tráfico Ilícito de Drogas, com a intenção de combater o tráfico de entorpecentes e conscientizar as pessoas sobre o perigo com que as drogas ilícitas agem contra a sociedade, atingindo milhares de famílias, principalmente, os jovens, que representam a faixa etária mais suscetível a experimentá-las, por diversos fatores.

Coincidentemente, ou não, o STF deve concluir nesta quarta-feira, o julgamento que vai definir se é crime, ou não, o porte de maconha para uso pessoal. O tribunal começou a analisar o tema em 2015 e tenta definir a melhor interpretação para um trecho da Lei de Drogas, aprovada pelo Congresso e em vigor desde 2006.

O Supremo formou maioria para dizer que o porte de maconha para uso pessoal não é crime. Nesta quarta, deve definir os parâmetros exatos para a aplicação desse entendimento. Um dos pontos a ser definido é qual a quantidade limite para que uma porção de drogas seja considerada para “uso pessoal” e a partir de qual montante a pessoa passa a ser vista como traficante.

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Em sua catequese nesta quarta-feira, o Papa Francisco lembrou que diante das tristes realidades enfrentadas por usuários e suas famílias, “não podemos ficar indiferentes”, os usuários de drogas “continuam tendo uma dignidade enquanto pessoas filhas de Deus”.

Igreja mobiliza fiéis para ajuda ‘àqueles que caem na escravidão das drogas’

Porém, sublinha que não se pode “ignorar as intenções e más ações dos distribuidores e traficantes de drogas” e que “a redução da dependência de drogas não pode ser alcançada através da liberalização do seu consumo, pois se for liberalizada o consumo será maior”.

Nesta quarta-feira, as ruas de Palmas e outras cidades da região foram ocupadas por policiais civis e militares, que deflagraram uma operação de combate ao tráfico de drogas. Mais de 90 pessoas foram presas.

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Mais de 90 presos em operação contra o tráfico de drogas na região de Palmas

Além das prisões, foram apreendidas drogas, armas, veículos, dinheiro, além do bloqueio de bens, valores e contas bancárias dos alvos da operação. Os crimes investigados incluem tráfico de drogas, associação para o tráfico e lavagem de dinheiro. A operação mira desde grandes fornecedores até pequenos traficantes. Entre os alvos, destaca-se um fornecedor de drogas de Palmas que movimentou mais de R$ 6 milhões durante as investigações.

Em meio a todas estas informações, apresentadas no Programa Pauta Dinâmica desta quarta-feira, dois relatos de vida se destacaram. Um deles, pela tristeza eterna de uma mãe, que perdeu seu filho para o vício. O outro, pela recuperação de uma ex-usuária, a partir de seu amor de mãe e sua Fé em Deus.

Correspondente da Rádio Club em Curitiba, a repórter Miria Rocha participa diariamente do Programa Pauta Dinâmica, trazendo informações sobre diversos assuntos e hoje não seria diferente. Porém, enquanto aguardava para entrar no ar, acompanhou as exortações do Papa Francisco a respeito do Dia Internacional contra o Abuso e Tráfico Ilícito de Drogas, dentro do bloco Igreja e Sociedade. A partir daí, carregada pela emoção, ela relatou a sua experiência de vida, da perda de um filho. Ouça no player abaixo:

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A partir deste relato, foram várias as mensagens de ouvintes emocionados e comovidos pela dor expressada pela repórter, que antes de mais nada, é mãe. E uma outra mãe, também resolveu contar sua história, história de superação, de conseguir largar o vício, a partir do nascimento de um filho:

Chorei emocionada ao ouvir o relato da correspondente Miria Rocha, pois assim como ela, muitas não tiveram a sorte que minha mãe teve. Eu fui dependente química dos 14 aos 24 anos. Minha mãe nunca desistiu de mim. Sempre na igreja, com a minha foto, pedindo para ser liberta.

Já estava há anos perdida no crack, quando Deus me enviou um filho. Mesmo assim usei droga, usei crack e tudo que você imaginar. Até que um dia eu fui para o hospital para dar a luz e ali eu fiz um propósito com Deus, para meu filho ser perfeito e não sofrer as consequências dos meus atos.

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Hoje já fazem 17 anos que estou liberta, e além desse filho lindo e abençoado que estuda e trabalha no comércio, tenho mais um filho de 14 anos. Os dois são bençãos na minha vida, graças a minha mãe que não desistiu de mim e hoje é feliz com a filha liberta e os netos abençoados. Nunca precisei de internamento e tratamento algum. Apenas abri o coração para Deus e busquei forças em meu filho, para cada dia dizer não ao crack”.

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