Comércio do Sudoeste do PR sente os impactos da crise
EconomiaGeral
por redação
Os efeitos da crise econômica nacional continuam impactando negativamente as vendas e compras do comércio regional. A folha de pagamento e nível de emprego do setor comercial também registraram índices negativos no mês de Abril. Os dados são da Pesquisa Conjuntural da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio/PR) tendo por base a movimentação dos centros comerciais de Francisco Beltrão e Pato Branco.
Em relação ao primeiro quadrimestre de 2015, as vendas nesse ano apresentam retração de 9,77%. Na comparação com o mesmo mês de abril do ano passado o percentual é de menos 9.82%. Comparando com março, o comércio regional vendeu menos 9,77%.
Como não vendeu, o setor não renovou estoques. O percentual de queda nas compras é 12.57%. O período também significou retração de 13,31% na folha de pagamento e redução de 10,06% no nível regional de emprego.
Neste ano, apenas os supermercados (5,75%); autopeças(3,56%); móveis e utilidades domesticas(1%) e farmácias(0,37%) foram os setores que apresentaram variação positiva nas vendas. As maiores quedas foram sentidas pelos setores de concessionárias de veículos(16,88%); calçados(22,82%) e lojas de departamentos(30,41%).
ANÁLISE
Ao avaliar os resultados da Pesquisa, a equipe econômica da Fecomércio, destaca que a conjuntura interna, é de um cenário de crise e de recessão, que vem se intensificando desde final de 2014. Para 2016 todas as previsões apontam continuidade das restrições para toda a economia. Uma decorrência do cenário recessivo é a elevação do desemprego e a redução na criação de novas oportunidades de trabalho, aos quais se vinculam a redução da demanda, queda do poder de compra e da massa de salários. Esse cenário dificulta vendas e estimula o encalhe de mercadorias no comércio e na indústria. Esse encalhe pode contribuir para uma amenização do processo inflacionário, mas combinado ao quadro recessivo, poderá levar a uma deflação, que poderá resultar em mais encalhe com preços menores. O sistema de produção, diante das incertezas predominantes e do ambiente recessivo decide por adiar investimentos ou simplesmente cancelar inversões programadas anteriormente. O raciocínio dos empresários vai no sentido de que em 2016, a situação da economia e do mercado não irá melhorar o suficiente para justificar ampliação do capital investido, simplesmente por que não haverá demanda adicional suficiente, em um contexto de elevação dos estoques. Os consumidores e o sistema de produção agem de forma mais racional possível.