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01 de maio de 2024
Rádios

Clóvis de Barros Filho: “Se continuarmos vivendo numa sociedade aonde só se pensa no próprio prazer, estaremos sempre muito perto da animalidade”

Geral

por Guilherme Zimermann

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[Grupo RBJ de Comunicação] Clóvis de Barros Filho: “Se continuarmos vivendo numa sociedade aonde só se pensa no próprio prazer, estaremos sempre muito perto da animalidade
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“Se continuarmos vivendo numa sociedade aonde cada um só pensa no próprio prazer e na própria riqueza, estaremos sempre muito perto da animalidade no cio, do estado de natureza, da barbárie e das sociedades mais primitivas”. Essa é a análise que o professor, mestre em Ciências Políticas e Doutor em Ciências da Comunicação, Clóvis de Barros Filho, faz sobre o futuro do Brasil e as possíveis saídas para as crises que o país enfrenta já de longa data.

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Durante sua participação no I Fórum de Administração do Sudoeste do Paraná, realizado em Palmas, na quarta-feira (23), ele foi responsável por abordar a “Ética na administração pública e privada”. Em entrevista exclusiva à Rádio Club/RBJ, Barros Filho define ética como a “reflexão permanente nas infinitas situações de vida e de convivência à respeito do que é mais imprescindível para que a convivência seja justa, harmoniosa e feliz, buscando trazer para cada um dos que interagem no coletivo, cotas iguais de felicidade”.

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No entanto, pontua que, a partir do momento em que, no coletivo, somente algumas pessoas detém do direito de alcançarem seus objetivos, impedindo que outros também tenham as mesmas condições, “passamos a viver em um coletivo injusto, um coletivo que precisa ser transformado”.

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Nesse aspecto, e ressaltando a temática abordada na palestra, aponta que a sociedade brasileira culpa os membros da política, mas lembra que o setor privado tem suas responsabilidades diante do atual quadro. “Se temos servidores públicos que dão primazia às suas próprias carreiras e enriquecimentos, em detrimento do público a quem deveriam servir, evidentemente é que são estimulados, atraídos, por aqueles que tem condição de promover esse enriquecimento”, avalia, criticando ainda os setores que realizam mobilizações, mas que, na verdade, não trazem melhorias para a sociedade. “Essa coisa de apontar o dedo para os outros é muito boa para livrar a própria cara, mas não tem promovido para a nossa sociedade qualquer benefício”, considera.

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Questionado sobre quais caminhos seguir para a melhoria do país, Barros Filho avalia que, diante de tantos problemas em diversas áreas, não há como falar em apenas uma saída. Acredita que a situação econômica terá avanços e que o setor político encontrará estabilidade, mas alerta, que a sociedade deve dar atenção à formação moral da juventude.

Pontua que, determinados valores, como a cidadania, o respeito pelo coletivo, a ética, são temas ausentes na educação. “Isso faz com que tudo fique na mão do improviso. A tentação de dar prioridade ao próprio enriquecimento é muito grande, numa sociedade que aplaude o sucesso, a riqueza, mas que não aplaude a perda, o abrir mão de ganhos pessoais em nome da felicidade de todos”, citando o exemplo da torcida japonesa, durante a Copa do Mundo, que ao final dos jogos limpava o estádio, enquanto que muitos fizeram chacota, “por considera-lo um comportamento tolo”.

O palestrante finalizou, com a frase que inicia esse texto, acrescentando, no entanto, que “à medida que aprendermos a respeitar os outros e a limitar nossas ações, dando primazia ao coletivo, começaremos a, finalmente, evoluir como sociedade”.

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