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Grupo RBJ de Comunicação,
05 de maio de 2024
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Assis denuncia inércia do governo e boicote na discussão da crise da avicultura

AgriculturaEconomia

por Francione Pruch

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Deputado Assis do Couto / Foto: Assessoria
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[Grupo RBJ de Comunicação] Assis denuncia inércia do governo e boicote na discussão da crise da avicultura — Deputado Assis do Couto / Foto: Assessoria
Deputado Assis do Couto / Foto: Assessoria

O anúncio da paralisação do abate de perus na planta da BRF de Francisco Beltrão, anunciado nesta segunda-feira (25), traz grades impactos à economia, não só do município, mas de toda a região. A avaliação é do deputado federal Assis do Couto (PDT-PR), que denunciou a inércia do governo ao resolver a crise que se abateu no setor e o boicote dos deputados federais, em especial à bancada ruralista do Paraná, às Comissões criadas na Câmara Federal para discutir o assunto.

“Suponho eu que tenham medo de mexer nessa ferida que começou lá com a Operação Carne Fraca, a Operação Trapaça, que pegou desvios de finalidades e relações entre políticos e fiscais do SIF (sistema de Inspeção Federal), através da Superintendência Federal da Agricultura do Estado do Paraná. Esses deputados boicotaram a criação da Comissão Especial e da Comissão Externa. Na semana passada, no momento em que o ministro Blairo Maggi veio para a Comissão da Agricultura para tratar do assunto, eles dispensaram o ministro e ele voltou para o Ministério sem falar do assunto porque os deputados se diziam ocupados com a aprovação da lei do pacote de venenos. Ou seja, mais importância para as multinacionais de veneno e nenhuma importância para a avicultura que passa por essa crise tão grave”, criticou Assis, que foi o autor do requerimento para a audiência com o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Na avaliação do parlamentar, que já tinha pedido a saída de Blairo da pasta, o Governo não dá a devida importância ao assunto. “O governo não fez nada. O ministro Blairo Maggi, muito mais preocupado com a venda de soja e de milho como matéria prima para os países da Europa e da China, descuidou-se ou não deu a devida importância a esta riqueza construída ao longo dos anos, que é a industrialização de aves, não só no Sudoeste do Paraná, mas em várias regiões”.

De acordo com o presidente da Avisud (Associação de Avicultores do Sudoeste do Paraná), Claudiney Roberto Colognese, a BRF anunciou nesta segunda-feira a paralização do abate de peru. Nesta terça-feira, estava prevista uma reunião com o Sindicato dos Trabalhadores e o Ministério Público para tratar das demissões. O frigorífico, segundo Claudinei, deve continuar com o abate de frangos, uma vez que, nesse caso, a exportação não é para a Europa.

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“Isso é ruim para os avicultores, para os trabalhadores que vão perder o emprego, para transportadores que geravam toda uma cadeia, uma economia no município e na região, e ruim para toda a sociedade. Uma parcela importante da economia de Francisco Beltrão e de toda a região dependem desse abate e exportação da carne de peru desse frigorífico”, afirmou.

Em 2017 o Brasil exportou 109.919 mil toneladas de Peru, das quais 34.267 mil produzidas no Paraná, mais especificamente no município de Francisco Beltrão, único município paranaense que abate peru para exportação. “Aqui na unidade da BRF de Francisco Beltrão, nós temos muito mais aviários de peru do que frango. E hoje nós estamos com as exportações de carne de peru para a União Europeia cortadas e isso era o que dava lucro. Então se não retomar o mercado, com certeza haverá cortes em aviários nos próximos meses”, já alertava o presidente da Avisud, durante seminário realizado no início de maio para discutir a crise que se instalava no setor.

 

Entrevista com o Deputado Assis do Couto na Rádio Onda SUL FM

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