Aeroporto Regional, um sonho que precisa sair do papel

Um sonho que aos pouco vai se tornado realidade. O sudoeste do Paraná há anos debate a construção do Aeroporto Regional. Por muito tempo, a instalação ficou restrita a duas cidades, Francisco Beltrão e Pato Branco, os quais já têm aeroportos de pequeno porte. Mas agora a saída se encontra no município de Renascença.

O tema foi pauta no último sábado (18) durante o programa Além da Notícia, na Rádio Onda Sul FM. O conhecedor da área e amante da aviação, Edson Flessak participou da roda de bates junto com a equipe da emissora.

Para Flessak, “essa é uma luta antiga, tem mais de 20 anos que se fala isso. Desde a primeira Carta Sudoeste, a Cacispar [Coordenadoria das Associações Comerciais e Empresariais do Sudoeste do Paraná] brigando por isso, mas infelizmente nossos políticos pensam na próxima eleição e nunca na próxima geração”.

O sudoeste conta com dois aeroportos, os quais atendem algumas demandas da região, mas por enquanto não de voos regulares. Mesmo que um desses municípios queira sediar o aeroporto regional, as obras necessárias para adequação são altas, no fim custaria mais barato construir um novo, do que reformar e ampliar uma estrutura já existente.

“Tanto o aeroporto de Beltrão como de Pato Branco tem as mesmas características. O que pode ser feito aqui, pode ser feito lá. Existe a possibilidade, sim, mas o investimento é muito alto. Tem várias condicionantes para transformar eles num aeroporto grande que atenda voos por instrumento. Se forem levar essas normas e usar todas elas, o nível de desapropriação e obras para fazer as transformações, não compensa o investimento. Primeiro porque já está dentro da cidade”. Diz Edson.

Pouco conhecido pelas lideranças da região e população, o debate em torno do projeto ainda é um tabu. Muitos acreditam que a escolha de Renascença para instalar o aeroporto regional foi apenas decisão política, sendo o contrário. Um estudo encomendado pela Amsop (Associação dos Municípios do Sudoeste do Paraná) em 2007, analisou sete áreas para instalação. Envolveu localidades das cidades de Vitorino, Bom Sucesso, Itapejara d’Oeste e Renascenças. Por indicação do estudo técnico, o Sítio 05, como é chamado, foi apontado com melhores condições para receber os investimentos.

“Seria ideal para qualquer tipo de empreendimento nessa área. Seja aeroporto regional, internacional, cargas, ou seja, qualquer modalidade área que você pense tem condição geográfica de atender ali”. Frisa Flessak.

Pensar grande

O sudoeste tem em mãos um projeto ambicioso e que no futuro pode trazer bons frutos aos municípios. Além de criar uma nova infraestrutura de aeroporto, as lideranças devem debater a sua capacidade, que anseio pretende atender e horizontes que desejam chegar.

“Se a gente pensar só em sudoeste, não precisa mais do que os aeroportos que tem. Tanto Pato Branco, quanto Francisco Beltrão atende normalmente e nem precisamos de linha aérea porque o ônibus é mais barato, se é para pensar em ir a Curitiba. Mas estamos pensando numa aviação como funciona no resto do mundo. E na questão de cargas não podemos pensar no sudoeste, temos que pensar num raio de no mínimo 500 quilômetros. Atendendo praticamente todo o sul do Brasil, uma parte do Mato Grosso, Argentina e Paraguai”. Destaca Flessak.

Se analisar o crescimento do país e a necessidade por melhor infraestrutura, logísticas e novas construções, a região seria beneficiada. “Necessariamente vai precisar de uma logística para movimentar essa carga. Se o sudoeste não sair na frente, tem o norte do Paraná, Oeste de Santa Catarina, o Rio Grande do Sul, então quem trabalhar a ideia antes vai puxar”.

Definição

O prefeito de Renascença, Lessir Canan Bortoli participou do debate e adiantou que o projeto está sendo desenvolvido e a localização do aeroporto está definida. “A informação dessa semana é que o setor de engenharia do Banco do Brasil, coordenado pelo Leonardo, praticamente está sacramentado, será em Renascença o aeroporto e o projeto está sendo elaborado. Para nós é muito importante isso, uma definição pra parar esses comentários de bairrismo, que às vezes atrapalha e confunde a opinião pública”.

Dentro de alguns dias será feito o anúncio oficial, também o prefeito deve se deslocar a Brasília para acompanhar o desenrolar dos trabalhos. “Quero estar lá, conversar pessoalmente porque você vai à fonte, bebe água limpa, mas as notícias são boas. Creio eu que definindo o local e tendo o projeto completo em mãos, daí vem à viabilidade”.

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