Falta de matéria-prima dificulta compra de medicamentos e bupropiona segue em falta
Fornecedores têm solicitado prorrogação no prazo de entrega para Central Farmacêutica de Francisco Beltrão.
Saúde
por Lucas Maciel
O aumento do consumo de alguns fármacos têm gerado desde meados de 2020 a falta de medicamentos essenciais ao tratamento de pacientes beltronenses.
No início desta semana a Central de Abastecimento Farmacêutica (CAF) de Francisco Beltrão conseguiu adquirir dois itens que estavam em falta já há alguns dias como Amitriptilina, utilizado para depressão e ansiedade, enxaquecas, cefaleias de tensão e no controle da dor neuropática; e também Nifedipina, indicado para tratar a hipertensão arterial sistêmica e pulmonar, angina de peito estável e na prevenção de parto prematuro.
Apesar da regularização destes itens, segue o problema para conseguir repor o Bupropiona, utilizado para tratar a depressão e no tratamento contra o tabagismo.
O aumento do consumo de fármacos durante a pandemia também foi um dos fatores que gerou o desabastecimento na rede. Além daqueles receitados para o tratamento contra a Covid-19, também aumentou a procura por ansiolíticos.
A Dipirona tinha em média uma saída por mês de 40 mil comprimidos e hoje chega a 120 mil comprimidos por mês.
O xarope Dexametasona também indicado no tratamento contra a Covid-19 tinha registro de saída da CAF em torno de 400 frascos/mês e no último mês atingiu a marca de 3 mil frascos.
A compra média mensal na CAF antes da pandemia girava em torno de R$ 270 mil e para efeito comparativo, no último mês em janeiro de 2021 chegou a R$ 410 mil. Apesar disso, menos da metade dos produtos comprados foram entregues pelas empresas vencedoras das licitações.
Vários laboratórios pediram desclassificação de itens, dilação de prazo e a justifica é a falta de matéria-prima. A empresa responsável pelo fornecimento do Ibuprofeno pediu dilação de prazo para entregar a carga em março, o que ficaria inviável devido à alta demanda do fármaco.
Segundo Eleandro Tiecher, farmacêutico e responsável técnico pela CAF, “A empresa fornecedora que venceu a licitação tinha um prazo de 10 dias para entregar a compra como registrado em contrato, porém, acabou solicitando prazo de entrega para mais 15 dias alegando falta de matéria-prima para adquirir o produto. O setor jurídico da prefeitura deverá decidir qual será o próximo passo para resolver a situação”, afirmou.