Sistema de Gestão Educacional é implantado em Palmas

Buscando reduzir gastos e reorganizar o modo de trabalho do Departamento de Educação de Palmas, sul do Paraná, uma série de mudanças estão sendo implantadas pela direção da pasta, juntamente com o setor de RH e diretorias das escolas municipais. Na última semana, a nova proposta de trabalho foi explanada em uma reunião na sede do departamento. Com as medidas, espera-se economizar, aproximadamente R$ 3 milhões ao ano.

Para que a população tomasse conhecimento dos problemas enfrentados e sobre como acontecer as mudanças no setor de educação do município, o diretor do departamento, Profº Claudio Lombardi, o chefe de RH, Profº Mário Camargo, o chefe de documentação, Leandro Dreher, a presidente do Sindiprom, Profª Dirce Bedin e a chefe de divisão da Educação Infantil, Profª Ana Lúcia Zarzeka, participaram de uma mesa redonda, promovida pela Rádio Club.

Segundo Lombardi, em virtude das cobranças da administração municipal, foi realizado um trabalho para detecção dos gastos. Informou que o piso máximo para a folha de pagamentos do setor, segundo o departamento contábil, deveria chegar, no máximo, até R$ 780 mil mensais. Hoje, o município gasta aproximadamente R$ 994 mil ao mês, quase R$ 3 milhões a mais, por ano. “Se continuássemos nessa situação, eu não sei onde a educação de Palmas chegaria. Estaríamos indo à falência”, afirmou. Conforme ele, para que se haja essa redução na folha de pagamentos, não haverão mais funcionários trabalhando por meio de RPA (Recibo de Pagamento a Autonômo) e o número de trabalhadores por PSS (Processo Seletivo Simplificado) será reduzido. Informou também, que nesta semana será divulgado edital do concurso público para professores municipais.

Para que esse levantamento fosse realizado, o setor de RH do departamento se mobilizou em levantar as principais demandas do setor no que diz respeito ao número de atestados apresentados, substituições feitas, número de funcionários e professores em cada escola, dentre outros dados. Associado à isso, a direção do setor foi à campo, entrevistando cada funcionário vinculado ao departamento, a fim de se levantar o maior número possível de informações. Segundo Lombardi, o departamento recebe, em média, 30 atestados médicos por dia. Dessa forma, são gastos, aproximadamente, R$ 100 mil ao mês, somente com substituições.

A partir daí, foi elaborado um novo sistema de gestão. “Usando a analogia de uma empresa, a direção é o departamento de educação e as escolas são os nossos setores. Hoje, o nosso sistema é o inverso. As decisões saem das partes para o todo”, reconheceu Lombardi.

Destacou que o objetivo da reforma não é encontrar culpados, mas mudar a forma de administração, onde as decisões partam do departamento para as escolas. “Ou se revê a forma de administrar, ou não tem como tocar a máquina”, disse o diretor do departamento de educação.

Para Lombardi, dessa forma será possível fazer um relatório completo do departamento de educação, gratificando de forma justa os bons profissionais que atuam no setor. Destacou ainda, que o setor não servirá mais como cabide de empregos, a fim de se pagar favores políticos. “O prefeito municipal nos deu carta branca”, falou, com relação às mudanças a serem realizadas.

Por sua vez, o chefe do setor de RH, profº Mário Camargo, disse que a partir de agora, o departamento trabalhará de forma técnica. ”Agora nós temos um objetivo. Iremos trabalhar com o técnico prevalecendo sobre o político. Aqui não haverá o amigo do A ou do B, vai haver um sistema e não poderá existir ingerência nesse novo sistema.”, declarou. Conforme ele, dessa maneira serão valorizados os bons profissionais, aliado ao trabalho dos sindicatos, com novas propostas para a classe.

Para a presidente do Sindicato dos Professores Municipais, profª Dirce Bedin, a classe do magistério também anseia por essas melhorias, mesmo que a mudança gere desconforto e embates. Segundo ela, com essa reforma, o próprio sistema administrativo trabalhará lado a lado com os professores.

Na área da educação infantil, a profª Ana Lucia Zarzeka, destacou que nesse segmento o quadro funcional já foi reorganizado e os resultados já começaram a surtir efeito, mantendo a qualidade no atendimento às crianças palmenses.

Outro ponto atingido por essa reformulação no departamento diz respeito ao Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Para o chefe de documentação, Leandro Dreher, a partir das mudanças será trabalhado em torno do rendimento de cada escola, para que se gratifique de forma justa os profissionais da educação.