Não há solução mágica para o Brasil, avalia economista/teólogo
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“O Brasil é um país rico e que tem uma população empreendedora. O que atrapalha é o peso do governo”. A avaliação é do economista e teólogo, Celso Luiz Tracco, que falou ao RBJ sobre a situação atual do país e as perspectivas para a política e economia brasileira.
Autor de diversos livros, dentre os quais Às Margens do Ipiranga – a esperança em sobreviver numa sociedade desigual, pontua a injusta carga tributária que acentua a diferença entre ricos e pobres.O problema brasileiro é o “gigantismo da máquina pública” que, para se sustentar, consome a quase totalidade dos impostos pagos pela população.
Além de ser na sua origem, um governo empresarial e paternalista, carrega um quadro de pessoas indicadas politicamente em que não se observa o princípio de meritocracia, isso em níveis municipal, estadual e federal.
Na sua avaliação, independentemente de quem seja o presidente eleito em 2018, o atual quadro político e econômico não será alterado. “Não há chance de romper, porque nosso sistema do presidencialismo de coalização precisa do congresso”, frisou. Quem for eleito precisará da base parlamentar para governar e, se não tiver esse apoio, terá que comprar através das emendas parlamentares ou outros meios que lhe garanta aprovação de matérias no Congresso.
Ao alertar a população para a oferta e anúncio de soluções imediatas e simples, pelos candidatos que concorrerão nas eleições gerais deste ano, disse que não existe solução sem dedicação, sem esforço, sem meta e sem trabalho que venham ser prometidos por salvadores da pátria e vendedores de ilusões sejam de direita ou de esquerda. “Eu acredito só em trabalho”, disse ele.
Em relação ao risco de um quadro de crise econômica e de escassez, o economista salienta que isso não deve ocorrer pelas condições de produção e garantias institucionais. Ouça a entrevista
Em seu livro o autor destaca, dentre outros aspectos, que o brasileiro trabalha mais de 5 meses por ano (153 dias) apenas para pagar impostos, taxas e contribuições aos governos federal, estadual e municipal. Ou seja, a carga tributária brasileira que é uma das mais altas do mundo, ainda é pequena para fazer frente aos gastos governamentais, muitos deles inúteis.
No Brasil, além de se pagar muito em geral, o pobre paga, proporcionalmente mais do que o rico, outra injustiça social. Isto se deve a que a estrutura fiscal no Brasil taxa mais a produção, o trabalho e o consumo, quando deveria taxar mais a renda e o patrimônio. Os “senhores feudais de plantão”, não importando a ideologia política, só conhecem um caminho: aumentar impostos, infelicitando os brasileiros e impedindo um real crescimento econômico e uma melhor condição de vida.