Mortes por suicídio no Sudoeste do Paraná merecem atenção

A região Sudoeste do Paraná registrou mais de 1,6 mil suicídios, num período de 26 anos. Somente em 2021, foram 94 casos, colocando a região em 4º lugar no Estado neste triste ranking. Os números chamam atenção para a importância de se falar sobre o assunto, que é tema da campanha Setembro Amarelo.

Os dados foram levantados pelo Departamento de Jornalismo da Rádio Club de Palmas junto ao Ministério da Saúde. Entre 1996 e 2021, último ano com informações consolidadas, os 42 municípios da região administrativa do Sudoeste do Paraná somaram 1.656 óbitos causados por lesões autoprovocadas intencionalmente.

Os quatro maiores municípios da região em população, também são os que ficam à frente nos casos de suicídio no período: Francisco Beltrão (222 registros), Pato Branco (165), Palmas (107) e Dois Vizinhos (99).

Os homens representaram quase 80% dos casos durante o período pesquisado, se aproximando de 1,3 mil registros. No geral, as faixas etárias dos 40 a 49 anos e 50 a 59 anos foram as que concentraram mais casos. Porém, há registros desde crianças, com menos de 10 anos, até idosos, com mais de 80 anos.

Entre os homens, a faixa etária com mais casos de suicídio foi dos 40 a 49 anos, enquanto que entre as mulheres, a faixa dos 50 a 59 anos é que registra o maior número de ocorrências.

Os últimos três anos com dados consolidados também foram os que a região Sudoeste apresentou mais casos, sendo 93 registros em 2019, 92 em 2020, e 94 em 2021. Sexta região do Paraná em população, considerando a estimativa populacional de 2021, o Sudoeste foi a 4ª região em números de suicídios no ano, ficando atrás da Região Metropolitana de Curitiba, do Oeste e do Norte Central e à frente de regiões mais populosas, como o Centro Oriental e o Noroeste do Estado.

O Ministério da Saúde ainda não finalizou a tabulação dos dados referentes a 2022, mas de acordo com divulgação preliminar, o Sudoeste chegou a 106 mortes causadas por lesões autoprovocadas intencionalmente no ano passado.

Apesar de chamarem atenção e até parecerem frios, os dados, as estatísticas, os números aqui se tratam de vidas. Cada um dos casos retratados nesta reportagem refere-se a pessoas. Muito além dos registros que constam nas bases de dados do Ministério da Saúde, esses números são pais, mães, irmãos, filhos e amigos de muitas pessoas e famílias da nossa região.

Apesar da ampla repercussão e do maior destaque o assunto ganha durante este mês, é necessário que a discussão e a conscientização para a prevenção ao suicídio vão além do Setembro Amarelo.

Prevenção ao suicídio: um assunto para além do Setembro Amarelo