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Grupo RBJ de Comunicação,
03 de maio de 2024
Rádios

Ensino Superior completa meio século de história em Palmas

Educação e Cultura

por Guilherme Zimermann

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[Grupo RBJ de Comunicação] Ensino Superior completa meio século de história em Palmas

A última sexta-feira (22) marcou o cinquentenário de instalação da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Palmas, Sul do Paraná, com a realização do primeiro vestibular da instituição. A história do Ensino Superior no município passou por diversas transformações, chegando aos dias atuais com a atuação do Instituto Federal do Paraná (IFPR).

[Grupo RBJ de Comunicação] Ensino Superior completa meio século de história em Palmas — Dom Carlos Eduardo Saboia Bandeira de Mello
Dom Carlos Eduardo Saboia Bandeira de Mello

Uma dentre as tantas realizações do primeiro bispo da Diocese de Palmas-Francisco Beltrão, Dom Carlos Eduardo Saboia Bandeira de Mello, a criação da FAFI começou a ser discutida em meados de 1965, com a apresentação da planta do Centro Educacional ao Conselho de Fábrica da Catedral de Palmas, que foi aprovada por todos os membros. Na mesma reunião, ficou definido o inicio da campanha para o levantamento dos fundos que financiaram a obra, iniciada em 1966, com a solenidade de lançamento da Pedra Fundamental, no dia 07 de agosto.

Inicialmente idealizado como Centro Social da Paróquia de Palmas, com a finalidade de atender obras sociais, formação catequética, formação da juventude e família, além de prover momentos de lazer e recreação, o CPEA foi muito além. Em 01º de julho de 1967, era criado o Centro Pastoral, Educacional e Assistencial Dom Carlos, entidade mantenedora da Faculdade Católica de Palmas.

[Grupo RBJ de Comunicação] Ensino Superior completa meio século de história em Palmas — Monsenhor Eduardo
Monsenhor Eduardo

Em maio de 1967, uma comissão composta por Monsenhor Eduardo Rodrigues Machado, figura de extrema importância para a concretização do projeto, e integrantes do corpo docente dos colégios de Palmas, iniciaram a confecção da minuta dos Estatutos do CPEA , com apoio nos Estatutos da Associação Missioneira de Ensino Superior de Santo Ângelo, Rio Grande do Sul. Apoiado nos princípios cristãos e seguindo as normas da Encíclica “Populorum Progressio” do Papa Paulo VI, o CPEA manteve Unidades Universitárias e Departamentos Assistenciais.

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No dia 01º de julho, os estatutos do CPEA eram aprovados, bem como o seu primeiro Conselho Diretor era eleito. Por aclamação, a chapa única para o biênio 1967-69, composta pelo Diretor-Presidente: Dom Carlos Eduardo Saboia Bandeira de Mello;  1º Vice-Presidente: Dr. Célio Donatto Vasconcellos; 2º Vice-Presidente: Dr. João Granville Ribas Ferreira; 1º Secretário: Prof. José Deretti Neto; 2º Secretário: Dr. Albino Kluge; 1º Tesoureiro: Mons. Eduardo Rodrigues Machado; 2º Tesoureiro: Dr. Osny Bueno de Camargo; Diretor de Patrimônio: Dr. João de Oliveira; Conselho Fiscal: Dr. Josué Guimarães, Dr. José Maria de Araújo Perpétuo e Dr. Hudson Fortes Marcondes; Suplentes: Elpídio Araújo, Dorvalino Marcondes Guimarães e João da Silva Campos, foi eleita.

Dois meses depois, em 11 de setembro de 1967, era fundada a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Palmas. Após a composição da mesa de honra pelos membros da Conselho Diretor do CPEA e autoridades municipais, Mons. Eduardo Rodrigues Machado abria a reunião, explicando a sua finalidade e apresentando a proposta da fundação da Faculdade de Palmas, decisão aceita por aclamação de todos os presentes. Em fevereiro de 1968, a Câmara de Planejamento do Ministério da Educação dava “parecer favorável” ao processo da faculdade palmense, notícia comemorada com fogos de artíficio e carreata pela cidade.

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Em 05 de março era expedido telegrama a Inspetores Federais e Catedráticos, convocando-os para ir a Palmas  realizar a inspeção prévia e peritagem da Faculdade. No dia 11, a Câmara de Ensino Superior do MEC dava parecer favorável à FAFI Palmas. No dia 13, os doutores Guilherme Guimbala, Olyron Cunha, Herley Mehl, Lauro Esmanholo, José Carlos Figueiredo e Osvaldo Arns eram indicados para realizar a inspeção e peritagem.

Com uma grandiosa recepção, os Inspetores Federais e os professores catedráticos da Universidade Federal do Paraná aterrissaram no aeroporto municipal São Sebastião no dia 30 de março. Comitiva chefiada por Dom Carlos acompanhado pelo clero diocesano, prefeitos e vereadores de municípios do Sudoeste, além de autoridades estaduais, recebeu os peritos, que percorreram ruas da cidade em meio à uma carreata com mais de 300 veículos. Os membros da comissão de inspeção ficaram hospedados no Seminário Diocesano, onde logo da chegada, iniciaram as análises sobre o projeto da Faculdade de Palmas.

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Na manhã seguinte, visitaram a construção do Centro Pastoral, admirando a obra em marcha e exigindo que dentro de dois anos todo o trabalho estivesse concluído. Após um almoço no Clube União Recreativo Palmense, os inspetores retornaram a Curitiba levando os relatórios sobre a visita e as instalações da futura Faculdade de Palmas. Após meses de espera, no dia 11 de novembro de  1968, através do Decreto nº 63.583, o Presidente da República, Marechal Artur da Costa e Silva, autorizava o funcionamento da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras  de Palmas. Nos dois primeiros anos as aulas eram ministradas no Colégio Puríssimo Coração de Maria. A instalação oficial da Faculdade ocorreu no dia 22 de fevereiro de 1969. Porém, Dom Carlos não pode presenciar em vida terrena a concretização de seu sonho.

[Grupo RBJ de Comunicação] Ensino Superior completa meio século de história em Palmas — Decreto que autorizava o funcionamento da Faculdade
Decreto que autorizava o funcionamento da Faculdade

De longa data, o Bispo realizava uma série de tratamentos de saúde. Ainda em 1968, passou uma temporada na Alemanha para procedimentos médicos. Retornou a Palmas no inicio de outubro, mas no mesmo mês, teve de submeter-se a intervenção cirúrgica em Curitiba. A partir de então, seu quadro de saúde começou a agravar-se. Em 17 de janeiro de 69, já sem condições, passa, verbalmente, o comando da Diocese para Mons. Eduardo, que respondeu pelo Bispado até 27 de janeiro, quando a Nunciatura Apostólica  nomeia Dom Geraldo Pelanda, Bispo de Ponta Grossa, como administrador da Diocese.

No dia 07 de fevereiro, às 00h30, Dom Carlos Eduardo Saboia Bandeira de Mello sofre uma parada cardíaca, não resistindo. O sepultamento ocorreu no dia seguinte, no jardim do Santuário de Nossa Senhora de Fátima, sendo os seus restos mortais transladados para a cripta na Catedral do Senhor Bom Jesus da Coluna em 1983.

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Mas a história da Faculdade precisava continuar. Em 1972, em Assembléia Geral Extraordinária, o Diretor Presidente do CPEA, Dom Agostinho José Sartori, que assumiu a Diocese em  1970, propôs a criação da Universidade do Sudoeste do Paraná, com sede em Palmas, propugnando pela implantação de uma Universidade que unificasse e expandisse o Ensino Superior na região, projeto que acabou não se concretizando.

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Entre 1979 e 1980 foram criadas e autorizadas as Faculdades Reunidas de Administração, Ciências Contábeis e Ciências Econômicas de Palmas – FACEPAL, instaladas com apoio do Poder Público Municipal e sob a Administração do CPEA. Em 1987 a administração do CPEA/Faculdades de Palmas voltou-se para a expansão das instalações físicas, com aquisição de uma área de 30 alqueires, com abertura dos primeiros caminhos no terreno e inicio da construção do Campus II na PRC-280.

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No decorrer de 1998, estruturado o novo Conselho Nacional de Educação, foi encaminhado um processo solicitando a transformação da FAFI/FACEPAL em Centro Universitário. Para a instrumentalização do Processo foi necessário solicitar a mudança de categoria de Faculdades isoladas, para Faculdades Integradas de Palmas, o que foi aprovado em 15 de fevereiro de 2001.

Em 2002, através da Portaria do MEC, as Faculdades Integradas de Palmas, passaram a denominar-se Faculdades Integradas Católicas de Palmas e em maio de 2004 são transformadas em Centro Universitário Diocesano do Sudoeste do Paraná – UNICS, com alteração posterior do nome para Centro Universitário Católico do Sudoeste do Paraná.

No início de 2009 a administração do CPEA/UNICS, passou a focar-se na inclusão da instituição no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Paraná, programa novo do Governo Federal de expansão do Ensino Superior, Técnico e Tecnológico lançado em dezembro de 2008.

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Com a integração de lideranças políticas locais, regionais e nacionais, movimentos e associações, em 17 de março de 2010, aconteceu no Campus II, do Centro Universitário Católico do Sudoeste do Paraná – UNICS, o ato oficial de desapropriação dos bens imóveis e Laboratoriais do UNICS e a Instalação do Instituto de Educação, Ciência e Tecnologia do Paraná (IFPR) Complexo Tecnológico D. Agostinho José Sartori.

No dia 14 de junho de 2010, a Secretaria de Educação Superior do Ministério de Educação aprovou a incorporação dos cursos e alunos pelo IFPR, e declarou extinto o Centro Universitário Católico do Sudoeste do Paraná – UNICS.

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Atualmente, o Campus Palmas do Instituto Federal do Paraná conta com quase 3 mil alunos, em 13 cursos superiores, dois técnicos, uma especialização, além de cursos à distância e um corpo docente composto por, aproximadamente, 150 professores.

Com a federalização, em 2010, a Diocese de Palmas-Francisco Beltrão abriu mão da condição Institucional Católica, por uma causa maior. Com os olhos voltados para a população mais carente, e principalmente diante da importância de um Instituto Federal em Palmas, não só como alavanca ao desenvolvimento sócio-econômico de Palmas e da região, mas também pela socialização do acesso ao ensino superior gratuito.

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Fontes de pesquisa: Dom Carlos Eduardo de Sabóia Bandeira de Mello : Biografia Documental/ Organizadores: Adilson Miranda Mendes; Eloyna Ribas Rodrigues; João Paulo Rocha Filho. Palmas: CPEA, 2002; e http://www.unics.edu.br/ .

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