Caminhões param no imenso atoleiro da PR-912 entre Palmas e Coronel Domingos Soares
Geral
por redação
Pela imagem, a primeira impressão é que se trata de um trecho da rodovia Transamazônica, no norte do país, que costumeiramente é destaque pelas péssimas condições e total falta de infraestrutura. Mas, essa é a realidade dos usuários da PR-912 – Rodovia Dom Agostinho José Sartori – que liga os municípios de Palmas e Coronel Domingos Soares, na região Sul do Paraná. Objeto de promessas de pavimentação do trajeto, os moradores de ambos os municípios, além dos buracos e da poeira, sofrem ainda mais quando chove.
Com o atoleiro no meio da estrada, filas de caminhões e carros se formaram dos dois lados. O caminhoneiro, ao tentar atravessar, ficou sem qualquer condição de continuar viagem. Ao falar sobre a situação, Alfredo Pereira, desabafou. “Já era pra eu ter ficado atolado ontem a noite. Eu só estou vindo por aqui, porque a ponte do abarracamento não tem condições. Nós estamos presos”, lamentou, citando outro problema enfrentado pelos moradores dos dois municípios.
Para atravessar, somente veículos preparados e ainda assim, com dificuldades. Outro motorista, prevenido, fez o seu almoço por ali mesmo, pois segundo ele, se depender do governo, “morremos de fome”. Prejuízo também para alunos da rede municipal de ensino de Coronel Domingos Soares, que não tiveram como ir a aula nesta quarta-feira.
O Governo do Paraná colocou R$ 3,2 milhões de seu orçamento para obras na PR-912, com promessas de mais de R$ 50 milhões oriundos de empréstimos para a pavimentação total do trajeto de 17 km, entre a Ponte do Chopim e a sede do município domingossoarense. Até o momento, nada de concreto ocorreu e os produtores da região continuam contabilizando os prejuízos. Segundo Sebastião Silveira, a sua propriedade fica há dois quilômetros da ponte do Abarracamento, mas, há cerca de nove anos ele não escoa a sua produção pela referida ponte, pois a mesma já não aguenta o peso e o fluxo de veículos pesados. Para realizar o transporte pela PR-912, o trajeto fica 20 quilômetros mais longo. Agora, com o atoleiro no meio da estrada, sua produção deverá ser escoada pela ligação entre Coronel Domingos Soares e a PR-449, pelo conhecido trecho do “travessão”, aumentando o trajeto em cerca de 30 quilômetros, resultando em “mais custos para quem produz alimentos para o Brasil”, lamenta o produtor.
Entre os anos de 2005 e 2016, a PR-912 apareceu 8 vezes no orçamento do Estado, com verbas destinadas para obras de conservação, melhorias e pavimentação do trecho da rodovia que ainda não conta com cobertura asfáltica. Agora, o Governo aguarda a liberação de mais de R$ 300 milhões através do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), para realizar obras de infraestrutura em todo o Paraná. As últimas obras realizada na rodovia ocorreram em setembro do ano passado, quando moradores das vilas rurais Folha Verde e Novos Caminhos interromperam o trânsito na via, em forma de protesto para cobrar uma solução definitiva para a 912.