Proposta de divisão do IFPR pode afetar Campus Palmas
Ministério da Educação pretende criar dez "novos" Institutos Federais de Educação. IFPR pode ser dividido em dois.
Educação e Cultura
O Ministério da Educação (MEC) pretende dividir a estrutura atual do Instituto Federal do Paraná (IFPR), criando uma “nova” instituição. A proposta, no entanto, não prevê a criação de novos cursos, nem ampliação no número de vagas para estudantes. Caso se confirme a intenção do governo, o Campus Palmas pode ser um dos afetados.
Em entrevista à Rádio Club nesta quinta-feira (16), o diretor geral do Campus Palmas, Roberto Bianchi, relatou que no dia 30 de agosto, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, convocou uma reunião com reitores de dez Institutos Federais, dentre eles o do Paraná, para tratar sobre uma proposta de reordenamento da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica. Ouça no player abaixo:
Na ocasião, foi apresentado o projeto de divisão e criação de dez novos institutos federais. Porém, conforme Bianchi, não é prevista a criação de novos cursos, nem aumento de vagas, sendo apenas a criação de dez novas reitorias. Cada reitoria deverá custar em torno de R$ 8 milhões ao ano dentro da estrutura do Ministério da Educação.
A proposta do Ministério para o Paraná é a divisão do Estado em duas partes: Leste e o Oeste. A parte Leste permaneceria como Instituto Federal do Paraná (IFPR) e a parte Oeste passaria a compor o Instituto Federal Paranaense (IFP). No organograma apresentado pelo MEC, o Campus Palmas integraria essa “nova” instituição, cuja reitoria seria instalada no Norte do Estado, o que envolve uma disputa entre Londrina e Maringá, cidade que não conta com nenhuma unidade do Instituto Federal, mas que poderá contar com R$ 50 milhões para a construção e instalação da reitoria.
Para Bianchi, essa proposta é inviável para o Campus Palmas, seja pela distância com a região Norte, seja pelas diferentes características geográficas, sociais e econômicas entre as regiões. Diante disso, destaca o diretor que a reitoria do IFPR apresentou uma contra proposta ao MEC, com uma outra divisão da instituição, entre Norte, que abrangeria 13 unidades e comporia o Instituto Federal Paranaense, e Sul, com 16 campi e centros de referência, e que continuaria como IFPR.
Segundo o diretor, há ainda uma terceira proposta, que prevê três Institutos Federais no Paraná: um na região Norte, outro no Sul e o terceiro abrangendo Sudoeste e Oeste do Estado, onde, inclusive, o Campus Palmas seria candidato a sediar a reitoria. No entanto, reconhece que essa possibilidade é remota, uma vez que a cidade de Cascavel seria concorrente direta de Palmas na disputa pela reitoria, apresenta melhores condições políticas e de infraestrutura.
Apesar da intenção do governo, a maioria da comunidade interna do IFPR, composta por alunos, professores e técnicos administrativos, se manifesta contrariamente ao modelo de divisão apresentado, defendendo um amplo debate, com todos os segmentos envolvidos e a garantia da permanência de pontos garantidos pela Lei de criação dos Institutos Federais, como a eleição direta de reitores e diretores de campi.