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09 de fevereiro de 2025
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Pesquisa revela que pinhão pode fazer bem para a saúde intestinal

Estudo identificou no pinhão dois importantes grupos de prebióticos, que estimulam microrganismos que vivem no intestino

AgriculturaSaúde

por Guilherme Zimermann

pinhao
Foto: Zig Koch
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Uma pesquisa conduzida pela Embrapa Florestas (PR), em parceria com a Universidade Federal de Viçosa (UFV) e a Universidade Federal da Paraíba (UFPB), identificou no pinhão dois importantes grupos de prebióticos: o amido resistente e os fructooligossacarídeos (FOS). Esses compostos são reconhecidos por estimular o crescimento de probióticos, microrganismos benéficos que habitam o intestino e são fundamentais para a saúde digestiva.

Coordenado pela pesquisadora da Embrapa, Catie Godoy, o estudo representa um marco ao revelar pela primeira vez a presença de FOS na semente da Araucaria angustifolia. “A descoberta amplia as possibilidades de aplicação do pinhão em dietas saudáveis e em novos produtos alimentares”, destaca Godoy. Os resultados foram publicados na revista científica Food and Nutrition Sciences.

[Grupo RBJ de Comunicação] Pesquisa revela que pinhão pode fazer bem para a saúde intestinal — Foto: Rodolfo BUHRER / La Imagem
Foto: Rodolfo BUHRER / La Imagem

O pinhão já era conhecido por sua riqueza nutricional, incluindo compostos fenólicos, amido resistente e minerais como fósforo, potássio e magnésio. No entanto, a presença de FOS — anteriormente encontrada em vegetais como chicória, yacon e alcachofra — representa um avanço significativo. Esses açúcares não metabolizados pelo organismo atuam como alimentos para bactérias benéficas, como as do gênero Bifidobacterium e Lactobacillus, promovendo benefícios que incluem a manutenção da saúde intestinal, a produção de ácidos graxos de cadeia curta e a proteção contra doenças crônicas.

De acordo com a professora Célia Lúcia de Luces Fortes Ferreira, da UFV, os prebióticos presentes no pinhão contribuem para a renovação do epitélio intestinal e para a redução do risco de doenças locais e sistêmicas. O estudo também demonstrou que o amido resistente do pinhão superou carboidratos convencionais, como a dextrose, na promoção do crescimento de bactérias probióticas.

A valorização do pinhão pode trazer benefícios além da saúde humana, estimulando a preservação da Araucária, árvore símbolo da Floresta Ombrófila Mista, ameaçada de extinção. Segundo a nutricionista Natália Marques, incentivar o consumo do pinhão pode gerar demanda por sua produção sustentável, além de estimular pesquisas para desenvolver novos produtos alimentares funcionais, como snacks, cereais e suplementos.

A professora Haíssa Cardarelli, da UFPB, enfatiza que os resultados iniciais são promissores e indicam o potencial do pinhão como base para probióticos em larga escala. “Estamos desenvolvendo farinha de pinhão como fonte de crescimento para probióticos, um produto que já caminha para produção industrial”, afirma.

Os fructooligossacarídeos, componentes destacados no estudo, apresentam efeitos positivos como a redução de colesterol e glicose no sangue, aumento da absorção de minerais e vitaminas, e prevenção de doenças como osteoporose e cardiovasculares. Já o amido resistente é parcialmente digerido no intestino grosso, promovendo a saúde intestinal ao ser fermentado pelas bactérias benéficas.

Embora o consumo diário de pinhão necessário para atingir doses ideais de FOS seja elevado, a combinação com outros alimentos pode potencializar seus benefícios, oferecendo uma alternativa natural e acessível para a saúde intestinal.

Fonte: Manuela Bergamim/Embrapa Florestas

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