Meteorologista Piter Scheuer destaca previsões para o verão
Expectativa de temperaturas dentro da normalidade e pancadas de chuva típicas da estação
Clima
por Deise Bach

O verão de 2024/2025 começou oficialmente no sábado (21), às 6h20, com o solstício de verão, marcando o início de dias mais longos e noites mais curtas.
Segundo Piter Scheuer, meteorologista da Rádio Onda Sul, as expectativas para a estação indicam temperaturas típicas e chuvas regulares. “A sequência de dezembro segue com manhãs fresquinhas e temperaturas acima dos 30°C em muitas cidades do Centro-Oeste e Sul do Brasil, acompanhadas das clássicas pancadas de verão”, explicou.
Janeiro também deve manter o padrão da estação, com calor, alta umidade e temporais localizados. “A chuva ficará próxima ou acima da média, resultado da termodinâmica da atmosfera, que combina calor e umidade. Ainda teremos dias mais secos, mas janeiro continuará com aquelas tempestades clássicas de verão”, apontou Scheuer.
Já fevereiro será mais seco e quente, com precipitação abaixo da média. “Esse é o mês em que as chuvas diminuem, mas sem prejuízo, já que compensamos com a umidade de dezembro e janeiro”, disse o meteorologista. Março, por sua vez, deve apresentar clima equilibrado, com temperaturas e chuvas dentro da normalidade. “Algum friozinho fora de época pode aparecer na segunda quinzena, reflexo da influência do fenômeno La Niña”, acrescentou.
2024 marcado por eventos climáticos extremos
Além das previsões para o verão, Scheuer fez uma retrospectiva de 2024, um ano marcado por eventos climáticos extremos. “Tivemos enchentes devastadoras no Rio Grande do Sul, especialmente entre abril e maio, que causaram inúmeras mortes e deixaram grande parte do estado em estado crítico. Santa Catarina escapou por pouco, mas também enfrentou chuvas intensas”, relembrou.
O inverno trouxe geadas generalizadas provocadas por três massas de ar polar, com seis episódios de geadas amplas na região. “Também enfrentamos tempestades severas, tornados e microexplosões em função de frentes frias e sistemas de baixa pressão combinados à umidade da Amazônia”, destacou.
Outro ponto mencionado foi o impacto das ondas de calor e queimadas. “Setembro foi marcado por calor intenso e queimadas em estados como Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, que geraram fumaça densa e até deixaram o céu laranja e avermelhado na região Sul”, completou Scheuer.
Segundo o meteorologista, o verão será mais estável, mas o clima de 2024 deixa lições importantes sobre a variabilidade e os extremos climáticos. “Estamos vivendo tempos de mudanças rápidas, e é essencial acompanharmos de perto esses fenômenos”, finalizou.