Hospital Geral Intermunicipal nega intervenção do Ministério Público
Promotor esclarece que há um procedimento de acompanhamento da transição entre os hospitais
Saúde
por Deise Bach

O Hospital Geral Intermunicipal (HGI), em Francisco Beltrão, iniciou oficialmente suas atividades no dia 25 de fevereiro, atendendo os 27 municípios da região. Nos primeiros 20 dias de funcionamento, foram realizados 85 atendimentos, com 20 internações pediátricas, 37 cesáreas e 18 partos.
O administrador do hospital, Rivelino Clemente, reconhece os desafios da fase inicial, mas destaca que a transição já era esperada pela equipe. “Esse início é meio complexo, mas isso já vinha sendo estudado desde dezembro, quando começamos a montar as equipes e organizar o processo de retomada dos atendimentos”, explica.
Intervenção do Ministério Público?
Diante de informações sobre uma possível intervenção do Ministério Público (MP) no hospital, Clemente afirma desconhecer qualquer ação nesse sentido. “Para nós, essa informação é uma novidade. Da forma que estamos conduzindo o nosso trabalho, nos surpreende essa questão de intervenção”, declarou.
O promotor de Justiça Willian R. Scholz, no entanto, esclareceu que há um procedimento instaurado para acompanhar a transição entre o Hospital São Francisco e o HGI. “Esse acompanhamento existe desde o final do ano passado para verificar se tudo está ocorrendo conforme as normas legais e técnicas. Ainda estamos apurando informações prestadas pela gestão municipal de saúde”, explicou.
O promotor afirmou ainda que, caso seja constatado que alguns óbitos foram causados por falhas estruturais, medidas poderão ser adotadas. “Não descartamos uma atuação do Ministério Público caso seja necessário para proteger a saúde pública”, completou.
Reclamações e investigações
Sobre as reclamações de atendimentos na obstetrícia, Clemente informa que há três casos em investigação por uma comissão interna do hospital. “Abrimos processos internos para apurar qualquer possível negligência. Temos uma comissão de óbito, uma comissão de prontuário e reuniões extraordinárias para analisar esses casos. Caso seja confirmada alguma falha, as medidas cabíveis serão tomadas”, afirmou.
O administrador reforça que a estrutura de obstetrícia e pediatria está completa e funcionando normalmente. O hospital ainda aguarda a chegada de equipamentos para ampliar os serviços clínicos e a instalação da UTI.