Francisco Beltrão inaugura Casa da Mulher Brasileira com presença da ministra Cida Gonçalves
Centro especializado vai fortalecer o atendimento a mulheres em situação de violência na região Sudoeste
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A cidade de Francisco Beltrão, no Sudoeste do Paraná, dará um passo importante no combate à violência contra a mulher com o início oficial das atividades da Casa da Mulher Brasileira, agora chamada de Centro de Referência e Atendimento à Mulher Brasileira.
A cerimônia inaugural está marcada para a próxima sexta-feira, 11 de abril, e contará com a presença da ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, além da coordenadora nacional do enfrentamento à violência contra a mulher, Denise Mota. A estrutura vai oferecer acolhimento, orientação e suporte especializado a mulheres em situação de violência.
Atualmente, os atendimentos são realizados dentro do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS). A partir de segunda-feira, 14 de abril, os serviços passam a funcionar no novo espaço, localizado no bairro Luther King, vinculado diretamente à Secretaria da Mulher e Bem-Estar Social do município.
Durante entrevista à Rádio Onda Sul, a secretária da pasta, Flaviana Tubim, destacou a importância da nova estrutura e abordou o cenário preocupante de violência na região. Na última semana, foram registradas duas tentativas de feminicídio em Francisco Beltrão e um caso consumado no município vizinho de Mangueirinha.
“Infelizmente, vivemos ainda sob um modelo patriarcal que não se muda de um dia para o outro. É fundamental conscientizar as novas gerações e promover o conhecimento sobre os diferentes tipos de violência que atingem as mulheres, como a psicológica, patrimonial e moral, além da física”, afirmou.
Segundo a secretária, um dos maiores desafios é o enfrentamento à violência psicológica, que muitas vezes perdura por anos sem que a vítima consiga romper o ciclo. “É essencial que a sociedade abra espaço para discutir esses temas. Não é um assunto agradável, mas é necessário”, reforçou.
Ela também destacou o papel fundamental da família como rede de apoio inicial. “A mulher precisa buscar ajuda e verbalizar o que está vivendo. Isso é um passo muito importante para sua libertação.”
Por fim, Flaviana fez um apelo à sociedade: “Eduquem seus filhos com base na igualdade de gênero. Ensinem respeito entre meninos e meninas. O futuro depende de todos nós, e não apenas do poder público. A violência doméstica afeta a saúde, a educação e até a economia das famílias”.
A Casa da Mulher Brasileira vai oferecer suporte jurídico, psicológico e social, integrando a rede de proteção já existente no município e fortalecendo as ações de prevenção e enfrentamento à violência de gênero.