Falta de insumos e medicamentos aumenta fila de espera por cirurgias eletivas
Taxa de ocupação de hospitais também dificulta os encaminhamentos
Saúde
por Lucas Maciel
Não é de hoje que a fila para a realização de cirurgias eletivas é um problema para os gestores de saúde dos municípios brasileiros. Com a pandemia de coronavírus a situação não só se agravou como dificultou ainda mais o controle da demanda.
Eletivo é o termo usado para designar procedimentos médicos não considerados de urgência ou emergência e que são, geralmente, programados.
Até pouco tempo atrás a dificuldade era de recursos para contratar profissionais especializados e até mesmo a falta de estrutura em hospitais do interior. As capitais acabavam sobrecarregadas e a fila andava lentamente. Atualmente a situação de recorrer aos grandes centros de saúde é uma alternativa devido à lotação dos hospitais e mesmo assim a demanda local nas capitais também segue alta com sintomáticos de Covid-19, dengue, vítimas de violência e outras síndromes respiratórias.
O secretário de saúde de Francisco Beltrão Manoel Brezolin, afirma que a dificuldade em adquirir os insumos está dificultando as ações dos gestores.
Algumas especialidades continuam com uma fila grande de espera por vagas em hospitais para procedimentos cirúrgicos, principalmente na área de ortopedia. Além disso, outras áreas sofrem com a falta de profissionais especializados como explicou o secretário.
O Hospital São Francisco de Francisco Beltrão que continua sendo gerido pelo município, também registra alta ocupação e a maioria dos pacientes em situação grave são encaminhados para outros centros de saúde.
O Hospital Regional de Francisco Beltrão está com 95% de ocupação dos leitos gerais e 100% dos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) permanecem ocupados com vítimas de violência, traumas relacionados à acidentes, casos de dengue e síndromes respiratórias. Segundo a diretora do hospital, Cíntia Ramos, explica que essa demanda inviabiliza a realização de cirurgias eletivas em grande volume.
Um dos itens em falta são os contrastes utilizados para a realização de exames de imagem e as indústrias responsáveis pela produção estão com filas de espera de hospitais para fornecer o material.
O setor de urgência e emergência continua recebendo diariamente um grande número de pacientes e a unidade regional de Francisco Beltrão é considerada o ponto final para os pacientes com situação mais grave.