Identificados novos sítios arqueológicos em municípios da região

As pesquisas  realizadas por equipes da Espaço Arqueologia constam de processos de licenciamento ambientais para fins energéticos hidrelétricos e eólicos. Estudos e dados etno-históricos registram a presença de povos Jê Meridionais na região há mais de mil anos.

No curso do Rio Chopim, entre os municípios de Clevelândia e Honório Serpa, foram dois sítios arqueológicos inéditos. No campos de Palmas  foram identificados sítios na Area de Influência Direta do (AID) do futuro projeto eólico, já no território de Passos Maia, Oeste de Santa Catarina, onde  há 2 sítios registrados, um pré-colonial lito-cerâmico e uma ruína histórica. Esses sítios não serão impactados pelas obras, mas indicam o alto potencial arqueológico da área pesquisada.

Foram encontradas casas subterrâneas e áreas de concentração de cerâmica da Tradição Itararé-Taquara, além da documentação histórica, que traz informações sobre a relação entre os não-indígenas e os povos Xokleng e Kaingang.

O arqueólogo e coordenador da pesquisa, Valdir Luiz Schwengber, informa que, em outro projeto desenvolvido pela equipe da Espaço na região de Palmas, obteve-se uma datação de 1140 e 1130, antes da  Antes da Era Presente(AP) para a primeira ocupação, de uma casa subterrânea que compõe o sítio Santa Terezinha I, localizado no município de Passos Maia (SC), vizinho à Palmas.

Complementa  que os sítios referem-se aos povos Jê Meridionais na região dos Campos de Palmas até a instalação das primeiras fazendas de gado. Há, ainda, os associados aos caçadores-coletores e que são os mais antigos registros da presença humana. Para esses, não conseguimos realizar associações de filiação linguística, cultural ou étnica.

Em estudo recente, realizado no médio curso do Rio Chopim, entre os municípios de Clevelândia e Honório Serpa, a equipe da Espaço Arqueologia identificou dois sítios arqueológicos inéditos.

Na margem esquerda do rio Chopim foram localizados sítios pré-coloniais compostos por material lítico lascado. Conforme Schwengber, a cultura material que os compõe é caracterizada por conjuntos de artefatos lascados, produzidos a partir de blocos e seixos de arenito silicificado. Há também o aproveitamento da calcedônia, matéria-prima encontrada na região em menor proporção. Explicou que os sítios estão implantados sobre suaves topos alongados, localizados nas imediações de nascentes ou banhados de elevação.

Agora os relatórios serão submetidos ao IPHAN – Instituto do Património Histórico e Artístico Nacional que determinará os próximos passos para que os empreendimentos hidrelétricos possam receber a anuência do órgão para as Licenças Ambientais requeridas. Para além dos estudos desenvolvidos, a equipe da Espaço promoveu a divulgação da pesquisa junto à comunidade local, por meio de conversas com os moradores e distribuição de materiais informativos, onde os tipos de sítios arqueológicos comumente encontrados na região são apresentados. Fonte/Fotos: Espaço Arqueologia