Em Francisco Beltrão a evasão escolar no ensino médio atingiu 7 % em 2023
Até o momento, a evasão na região caiu para 1,5%, cerca de 250 alunos, um terço do número do ano anterior
Educação e Cultura

Em entrevista concedida à Rádio OndaSul FM, Paulo Schawm, chefe do Núcleo Regional de Educação de Francisco Beltrão, trouxe à tona preocupantes dados sobre a evasão escolar na região e discutiu as causas e medidas adotadas para mitigar o problema.
Schawm destacou que a evasão escolar é um desafio constante para as escolas, refletindo necessidades sociais que vão além das questões educacionais. “Realmente é um dado que sempre preocupa todas as nossas escolas, mas também é um dado que remete a algumas necessidades da nossa sociedade”, afirmou.
Um dos principais motivos mencionados por Schawm é a necessidade de trabalho entre os jovens. Muitos estudantes se matriculam apenas para obter a declaração necessária para manter seus empregos e acabam abandonando os estudos devido ao cansaço e desestímulo. “Vamos entender que muitas vezes o jovem trabalha o dia todo e à noite ele fica cansado, isso acaba desestimulando um pouco”, explicou.
Os números apresentados são alarmantes. Em 2023, a taxa de evasão no Núcleo Regional de Educação de Francisco Beltrão, que compreende 20 municípios, chegou a quase 5%, representando cerca de mil alunos. No município de Francisco Beltrão, a taxa foi ainda mais alta, atingindo quase 7%, o que corresponde a aproximadamente 400 alunos.
No entanto, Schawm ressaltou os esforços realizados para reduzir esses índices em 2024. Até o momento, a evasão na região caiu para 1,5%, cerca de 350 alunos, um terço do número do ano anterior. “Em Francisco Beltrão, na nossa rede estadual, nós temos terminado o primeiro semestre com cerca de 200 alunos evadidos, o que equivale a aproximadamente 2,5%”, destacou. Isso representa uma significativa melhora em relação ao ano anterior.
O chefe do Núcleo Regional também comentou sobre as estratégias adotadas para combater a evasão, que envolvem a colaboração de toda a rede de proteção, incluindo o Conselho Tutelar e o Ministério Público. “Então, foi feito um trabalho, foi melhorado”, disse. “Nós temos que entender que nestes números não é só o aluno de 14, 15 anos.”
A entrevista também abordou o perfil dos estudantes que abandonam os estudos, destacando que muitos deles são alunos do ensino noturno, já com mais de 18 anos, que enfrentam desafios adicionais como trabalho e responsabilidades familiares. Além disso, Schawm mencionou que alguns alunos já possuem formação superior e se matriculam em cursos técnicos por interesse, mas acabam desistindo.
Para os alunos mais jovens, de 13 a 16 anos, Schawm enfatizou a importância do envolvimento dos pais e das ações da rede de proteção para garantir que esses estudantes permaneçam na escola. “Os pais precisam fazer com que o aluno vá pra escola, de fato, em algum lugar ele tem que estar matriculado e tem que estar estudando”, afirmou.
Finalizando a entrevista, Schawm reforçou a importância da educação para o crescimento e desenvolvimento dos jovens e a necessidade contínua de esforços para reduzir a evasão escolar. “É desta forma que a gente atua pra que todos possam ter a melhor aprendizagem e sabendo que faltar à escola faz falta de conhecimento e faz falta de crescimento sempre”, concluiu.