Duplicação da BR-163/PR não tem previsão para retomada
EconomiaGeral
por Francione Pruch
As obras de duplicação da BR-163/PR, no trecho de que vai de Cascavel a Marmelândia, ligando o Oeste ao Sudoeste do Paraná, estão totalmente paralisadas e sem previsão para retomada. A informação foi repassada na segunda-feira (26) ao deputado federal Assis do Couto e ao deputado estadual Nelson Lursen, ambos do PDT, pelo superintendente do Departamento Nacional de Infraestrutura de Trânsito (DNIT) no Paraná, José da Silva Tiago.
De acordo com Tiago, não há recursos disponíveis para a continuidade da obra. Dos R$ 47 milhões previstos para este ano, 10% foi contingenciado e R$ 35 milhões já estão empenhados. A única exceção são as obras da construção da nova ponte sobre o Rio Iguaçu, que estão em andamento ainda. “Temos recursos para tocar somente a mesoestrutura da ponte. Vamos fazer isso e, depois, tudo será paralisado. Não posso deixar a empresa trabalhar sem ter dinheiro para pagar”, afirmou Tiago.
O superintendente afirmou ainda que são necessários R$ 550 milhões para a conclusão da obra, sendo que com R$ 100 milhões, seria possível dar prosseguimento este ano. Do total de 75 quilômetros de duplicação, 20 foram já foram entregues.
Duas alternativas foram sugeridas por Tiago para garantir a continuidade das obras ainda este ano. O remanejamento de recursos de outros estados através de um decreto do Governo Federal e a destinação de emendas de bancada, a exemplo do que foi feito em 2014. Nos dois casos, é necessária a mobilização da bancada federal do Paraná.
“É lamentável a falta de compromisso do Governo Federal com uma das rodovias mais importantes para o Paraná e para o Brasil. A nossa luta pela melhoria das condições de trafegabilidade da BR-163/PR não é de hoje. Em 2010 conseguimos a sua federalização e desde então vínhamos chamando a atenção para este trecho da rodovia, que além de ser estratégico para o escoamento da produção agrícola e para a integração das regiões Sul e Norte do país, está localizado em área considerada de relevância para a segurança nacional, em razão da proximidade com a fronteira da Argentina e do Paraguai”, afirmou o deputado Assis do Couto.
O parlamentar destacou que em 2012 foram realizadas audiências públicas nos municípios de Capanema e Capitão Leônidas Marques, com grande participação da população – que apresentou suas expectativas em relação a obra, e diversas reuniões com a então ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, e com o DNIT para assegurar a inclusão do projeto de melhorias do trecho, que possui 195 quilômetros, no PAC e, assim, garantir a inserção no orçamento de 2013. Também houve mobilização para garantir investimentos para manutenção através do Contrato de Restauração e Manutenção (Crema), programa do DNIT que visa assegurar boas condições das rodovias por um prazo de cinco anos.
O projeto, que já está em execução, estabelece como prioridade a duplicação de 75 quilômetros entre a BR- 277 até o trevo de Marmelândia, onde o tráfego de veículos, principalmente os pesados, é bem intenso. Para os 120 quilômetros restantes, estão previstos construção de terceiras faixas, contornos entre outras melhorias para motoristas e pedestres.
“Esta é uma rodovia estratégica, pela qual trafegam mais de 15 mil veículos diariamente. É um canal de escoamento da produção e o tráfego de veículos pesados representa 70%. Além disso, o trecho coloca em risco não só os motoristas, devido às péssimas condições da estrada, mas pedestres também, uma vez que a rodovia corta diversas cidades paranaenses”, destacou Assis.
A empresa já retirou todo o seu maquinário e funcionários do local porque não há previsão de retomada das obras. “Isso é uma afronta ao cidadão brasileiro, que paga seus impostos e tem que arriscar a vida diariamente nessas rodovias. Em um país eminentemente agrícola, é inaceitável o descaso com que o governo trata obras importantes como esta. Quero aqui fazer um apelo à bancada paranaense para que unamos forças, mais uma vez, para cobrar do Governo Federal um remanejamento de recursos para a conclusão dessa obra, que além de favorecer o desenvolvimento da região, vai poupar muitas vidas”, finalizou o deputado.