Comunidades Quilombolas de Palmas celebram Dia da Consciência Negra com Mostra Cultural
Atividades foram realizadas pelo Colégio Estadual Quilombola Maria Joana Ferreira na Comunidade Adelaide.
Educação e Cultura
O Dia da Consciência Negra, 20 de Novembro, foi marcado por uma série de atividades na Comunidade Quilombola Adelaide Maria Trindade Batista em Palmas.
Nesta terça-feira, o Colégio Estadual Quilombola Maria Joana Ferreira e a Associação de Moradores da Comunidade desenvolveu desde as 09h30 da manha até as cinco da tarde exposições de trabalhos, apresentação de danças e jogos afro, feira de artesanato e apresentações de diversos grupos culturais das comunidades.
O tema da XV Mostra Cultural Pedagógica da Consciência Negra este ano teve como tema Eco dos Quilombolas: Uma história de Resistência. Além dos Quilombolas, há presença de índios das culturas Kaingang e Guaranis, que moram no território da comunidade e frequentam a Escola Estadual.
A Diretora da Escola, Sônia Regina Boeze da Silva, destacou que as atividades serviram para comemoração mas, principalmente, para reflexão sobre o contexto cultural.
Conforme ela, as atividades mostram aos jovens todo sentido de luta e o valor cultural das comunidades quilombolas de Palmas. Agradeceu aos professores, alunos e diretoria da comunidade e a todos os que acreditam no trabalho.
O presidente da Comunidade, Alcione Ferreira da Silva, destacou que o evento serve para mostrar para a população de Palmas e região que os negros existem, foram e são fundamentais para o crescimento do município, da região e do país. “É o nosso marco de resistência e esse evento é uma oportunidade de integração e interação das comunidades com a população. Está todo mundo junto”, disse ele.
A formação do município Palmas tem uma forte presença afrodescendentes, que contribuíram desde o início da colonização da região, nas décadas de 1830 e 1840. Atualmente, a cidade possui três comunidades quilombolas, sendo que todas são certificadas pela Fundação Palmares.
No princípio, todas formavam uma só, mas acabaram divididas pelos núcleos familiares.
A comunidade Adelaide Maria Trindade Batista, no bairro São Sebastião, leva o nome da matriarca fundadora e sua primeira líder vinda do Rio Grande do Sul com as primeiras expedições que chegaram e se instalaram na região. Atualmente a liderança da comunidade é de Maria Arlete Ferreira da Silva.
A comunidade Castorina Maria da Conceição Essa, que já foi chamada de Fortunato, recebeu o nome atual em homenagem à matriarca fundadora Castorina Maria da Conceição. Por fim, a comunidade Tobias Ferreira, no bairro Lagoão, levou o nome do primeiro escravo da fazenda Pitanga.