Audiência Pública expõe prejuízos e revolta de moradores com quedas de energia
Sem representante da Copel, população e autoridades cobram solução para falhas no fornecimento em Francisco Beltrão
Geral
por Deise Bach
Em audiência pública realizada na Câmara de Vereadores de Francisco Beltrão, moradores de comunidades rurais expressaram sua insatisfação com as constantes quedas de energia, especialmente a ausência de resposta por parte da Companhia Paranaense de Energia (Copel).
De janeiro a julho de 2024, foram registradas 110 interrupções, segundo o relatório apresentado, e moradores enfrentam danos materiais e dificuldades no dia a dia devido às falhas.
Para Jorgiana Pagnan, moradora da comunidade de Santa Bárbara, a situação é insustentável. “A gente vem sofrendo há muitos anos com interrupções que duram horas ou segundos. Os prejuízos são enormes, tanto materiais quanto morais. Eu, como estudante, às vezes não consigo nem fazer tarefas básicas”, relatou. “Essa audiência demonstra nossa extrema insatisfação com o péssimo fornecimento que a Copel vem apresentando.”
O promotor de justiça Willian Scholz destacou que o Ministério Público já instaurou procedimento para investigar as interrupções e buscar soluções para a população. “Nosso papel é a defesa dos interesses sociais. Estamos acompanhando essa demanda e, se possível, vamos atuar extrajudicialmente para evitar judicialização e encaminhar o problema”, explicou o promotor, reforçando que as falhas no fornecimento têm ocorrido em várias regiões do estado.
Já o vereador Tiago Correia, que solicitou a audiência, criticou a ausência da Copel no evento e afirmou que levará a questão à Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) em Brasília. “A Copel demonstrou descaso ao não enviar um representante. Vamos levar o relatório e cobrar da ANEEL as sanções e investimentos necessários para resolver o problema, que afeta não só Francisco Beltrão, mas o Paraná inteiro”, destacou Correia.
A audiência, que contou com grande presença de moradores, reforçou a urgência de melhorias no fornecimento de energia, especialmente para as comunidades rurais da região.