Alimentos ultraprocessados representam mais de 20% da alimentação dos palmenses
Dados fazem parte de um estudo publicado pela Universidade de São Paulo.
Saúde

Mais de 20% da alimentação da população de Palmas, Sul do Paraná, se baseia em alimentos ultraprocessados. Com baixos valores nutricionais e submetidos a diversos processos industriais, esses tipos de alimentos estão associados a problemas de saúde como diabetes, doenças do coração e até câncer.
Os dados fazem parte de um estudo publicado na Revista de Saúde Pública pelo Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo (Nupens/USP). A “Estimativa da participação de alimentos ultraprocessados nos municípios brasileiros” analisou a composição do total de calorias ingeridas por dia em cada cidade do país.
Para o levantamento, foram utilizados dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) e do Censo Demográfico, realizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo os pesquisadores, “o método empregado para obtenção das estimativas de participação calórica de alimentos ultraprocessados nos municípios brasileiros baseou-se no desenvolvimento de um modelo estatístico de predição, que consiste em uma equação que permite estimar o valor médio de um certo desfecho em função das características das variáveis preditoras”.
De acordo com a Fundação Getúlio Vargas, “modelo de predição é uma função matemática que pode prever o futuro com eficiência usando dados matemáticos e estatísticos. Ele busca padrões através de uma grande quantidade de dados soltos para identificar possíveis tendências, calculando resultados e soluções”.
Para o estudo USP, foi realizada uma divisão dos alimentos e bebidas em quatro grupos: in natura ou minimamente processados; ingredientes culinários processados; alimentos processados; e o grupo que engloba os ultraprocessados, que são formulações industriais com diversos aditivos, como corantes, saborizantes e ingredientes modificados, que imitam alimentos naturais, mas com baixo valor nutricional e alto apelo comercial. Aí entram, refrigerantes, salgadinhos, doces, sorvetes, barras de cereal, pães embalados e macarrão instantâneo.
Como resultado do trabalho, os pesquisadores apuraram a região Sul do país concentra o maior consumo de ultraprocessados, com Santa Catarina apresentando as maiores estimativas, acima de 20%. O Paraná apresentou variação entre 16% e 26%. O município de Palmas, no Sul Paranaense, os ultraprocessados representam 21% da alimentação.
Os responsáveis pelo estudo destacam que a estimativa de participação calórica de alimentos ultraprocessados é relevante e pode apoiar iniciativas para promoção de uma alimentação mais saudável. Um dos exemplos citados no estudo é o Restaurante Popular, que é desenvolvido em Palmas, e visa ampliar a oferta de refeições nutricionalmente adequadas para população em situação de vulnerabilidade social.